O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, informou que caberá ao Itamaraty a execução do plano da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e de outras áreas do governo para solucionar o problema de brasileiros que se encontram no exterior e dependem, para voltar ao Brasil, de passagens emitidas pela Varig. Amorim afirmou que o Itamaraty fará, "seguramente, o necessário" para ajudar os brasileiros no Exterior. Segundo o chanceler, o problema que a própria diplomacia enfrentará com a dificuldade de traslado de negociadores brasileiros é o que menos preocupa, no momento.
A Anac estima que 16.000 brasileiros estão em outros países neste momento, dos quais 5.000 se encontram na Alemanha. Segundo Amorim, a despeito da crise da Varig, novas linhas aéreas foram abertas para a América do Sul nos últimos anos. E nessas rotas, destacou o ministro, o mais freqüente é a redução de linhas, e isso ocorre por causa da inadequação do setor em nível mundial. Como exemplo, Amorim observou que um passageiro que queira se deslocar de Genebra, na Suíça, para Budapeste, na Hungria, tem de seguir primeiro para Paris (França) ou Frankfurt (Alemanha), o que aumenta o tempo de vôo de duas horas para cinco horas.
Amorim disse que o Correio Aéreo Nacional, organizado pela Força Aérea Brasileira (FAB), expandiu, nos últimos anos, sua cobertura para alguns países da América do Sul, mas apenas para situações especiais, como o transporte de bolsistas, de materiais para embaixadas e de mala diplomática e assistência consular, entre outros serviços. Os vôos do Correio Aéreo se tornaram mais regulares e ocorrem a cada dois meses. Amorim deixou claro que esses vôos não poderão substituir os de natureza comercial, nem mesmo para suprir lacunas nessa área.