O governo da Itália está estudando a criação de uma lei que proíba o plantio de produtos transgênicos no país pelos mesmos motivos defendidos pelo governador Roberto Requião: o princípio da preocupação sobre os efeitos dos transgênicos e, especialmente, o repúdio de grandes mercados em relação aos produtos geneticamente modificados.

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A afirmação foi feita em Curitiba pelo professor Roberto Massini, responsável pelo Departamento de Engenharia, Indústria e Tecnologia Alimentar da Universidade de Parma, cidade onde atualmente estão instalados os maiores e mais respeitados centros de certificação da Comunidade Comum Européia.
Massini participou da assinatura de um termo de cooperação entre a Itália e o Paraná que possibilitará a instalação de um centro de certificação alimentar no Estado. O meta do Governo do Estado é aprimorar a produção de derivados de carne, leite, frutas e, ainda, desenvolver novas tecnologias para o setor cerâmico.

"O consumidor europeu, em especial o italiano, não aceita consumir transgênicos. Os motivos são os mesmo defendidos pelo governador do Paraná: não há estudos sobre os impactos para a saúde do homem e nem sobre o meio ambiente. Por isso, o governo italiano está estando a criação de uma lei para proibir o cultivo", explica.

Regras

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Segundo ele, o governo está discutindo a situação com os produtores italianos. "O que também pode acontecer é que o governo autorize o plantio em algumas áreas e crie regras rígidas de rotulagem e segregação. Isso porque é um dever do Estado defender os consumidores e os interesses comerciais da nação. Os produtores precisam entender que o que está em jogo não é apenas os seus lucros, mas a saúde da população e o futuro econômico do país", destacou.

Massini também afirmou que o governo italiano está preocupado com a situação e a sobrevivência dos agricultores de produtos convencionais e orgânicos. "Estudos mostram que há o risco de contaminação das lavouras. "Isso seria um desastre econômico porque a produção do país ficaria restrita aos consumidores que aceitam o transgênicos. Só que eles estão diminuindo e cresce o número dos que optam, especialmente, pelos produtos que nós chamamos de biológicos (orgânicos)", disse.

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O professor explicou ainda que estudos mostram que está aumentando na Europa o número de consumidores preocupados com o meio ambiente. "Por isso, as autoridades brasileiras deveriam estar mais atentas ao assunto. Caso o plantio seja autorizado, que seja dentro de regras e controle rígidos para que o interesse do país seja resguardado. Ou o Brasil verá seus produtores dependendo da boa vontade de uma multinacional e de mercados cada vez menores", alertou.