A Justiça italiana pediu ao governo brasileiro, embora esse tenha alegado não ter recebido nenhum comunicado especial, a extradição de treze cidadãos brasileiros acusados de participação na Operação Condor, responsabilizando-os pelo seqüestro de dois ítalo-argentinos em nosso território.

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O ministro da Justiça, Tarso Genro, já adiantou a resposta do governo à solicitação da Justiça italiana, assegurando que nenhum brasileiro será extraditado, tendo em vista o impedimento constitucional.

A Operação Condor foi uma iniciativa de governos discricionários da América do Sul, criada em 1975 para caçar, prender e exterminar supostos inimigos dos regimes impostos no Chile e demais países do Cone Sul. Agindo em cooperação mútua, os serviços secretos desses países prenderam, seqüestraram, torturaram e trocaram prisioneiros em áreas de fronteira.

Os dois ítalo-argentinos que motivaram o pleito da Justiça italiana são os supostos montoneros Horácio Domingo Campiglia, desaparecido em 1980 no Aeroporto do Galeão, no Rio, e Lorenzo Ismael Viñas, retirado do ônibus em que viajava de Buenos Aires para Porto Alegre.

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Dentre os brasileiros vindicados a prestar contas perante a Justiça italiana, o primeiro da lista faleceu há vários anos, o ex-presidente João Batista Figueiredo. Todavia, alguns deles estão vivos e gozando boa saúde.

O ministro Tarso Genro informou, porém, que a palavra final caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao esclarecer que o Estado está amparado pela norma constitucional de não extraditar cidadãos brasileiros. Quanto à natureza dos crimes a eles imputados, Genro lembrou também a Lei da Anistia.

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