Itaipu e Copel firmam acordo para produzir energia do biogás

Com a assinatura de um acordo de parceria, nesta segunda-feira (6), a geração distribuída de energia a partir do biogás, com saneamento ambiental, ganha uma nova dimensão no Brasil. Além de produzir energia para sua propriedade, o pecuarista, o agricultor e o dono de frigorífico, por exemplo, terão a garantia de que a energia excedente será comprada por uma concessionária.

O Programa de Geração Distribuída prevê que, dentro de alguns anos, a produção de energia a partir do biogás poderá representar 2% de todo o consumo brasileiro, ou o equivalente à produção de uma usina hidrelétrica de médio porte.

O acordo foi assinado em Curitiba pela Itaipu Binacional, Copel, Sanepar, Eletrobrás, Eletrosul, Ocepar, Cooperativa Lar, Cepel, Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), Fundação Parque Tecnológico Itaipu e Instituto Ambiental do Paraná. O Programa de Geração Distribuída de energia a partir do biogás, com saneamento ambiental, nasceu há pouco mais de seis meses, no Oeste do Estado. Agora, com a adesão de parcerias nacionais, principalmente Eletrobrás e Eletrosul, ganha dimensão nacional.

Modelo da energia do biogás

A geração distribuída busca dar valor econômico à energia gerada pelas próprias fontes consumidoras. No caso, utilizando-se do biogás gerado no tratamento dos esgotos de frigoríficos, granjas de aves, suínos e vacas leiteiras e também dos esgotos urbanos tratados pela Sanepar.

A geração distribuída não tem sido bem aceita pelo sistema elétrico nacional, porque apresenta riscos se não for executada segundo critérios rigorosos de segurança e sincronismo com as redes distribuidoras, o que é possível com um planejamento espacial eficiente. Por isso, a importância da participação da Eletrobrás e da Eletrosul, para a normatização deste tipo de geração, o envolvimento das cooperativas agroindustriais para validar as experiências e os laboratórios de pesquisa do setor elétrico para desenvolvê-la.

Remuneração da energia do biogás

Um pequeno criador de 2.000 suínos pode gerar com os dejetos destes animais, submetidos a um biodigestor, energia suficiente para toda a sua propriedade e ainda sobra um excedente seis vezes maior do que a energia consumida. Com a Copel comprando esta energia, o produtor consegue incorporar uma receita importante para o seu agronegócio. O setor encontra enfim a cobertura que tanto precisa para enfrentar os custos do tratamento ambiental dos dejetos, o que lhe garantirá a sustentabilidade e a conquista de novos mercados exigentes em critérios ambientais de produção. O mesmo ocorre com os frigoríficos e com os esgotos urbanos.

A geração distribuída funcionará como um ?Protocolo de Kioto? nacional, possível de ser reproduzido pelas regiões do Brasil . E só o setor elétrico, disponibilizando o conhecimento e as ferramentas tecnológicas que tem, poderia propor uma empreitada desta ao setor do agronegócio e do saneamento.

As instituições convocaram também, para um encontro de trabalho, as industriais fornecedores de insumos e equipamentos para biodigestores e conversores de biogás em energia, que encontrarão na geração distribuída a escala de negócios que necessitam para se desenvolver e, com isto, abrir novas oportunidades de trabalho.

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