O governo israelense rejeitou neste sábado (30) a proposta da Organização das Nações Unidas (ONU) para um cessar-fogo de três dias que permitiriam ações de ajuda humanitária no Líbano. O porta-voz Avi Pazner disse que Israel já abriu corredores seguros no Líbano para a passagem de alimentos e medicamentos, mas afirmou que militantes do grupo xiita libanês Hezbollah bloquearam esses caminhos para criar uma crise humanitária.
"Não há necessidade de um cessar-fogo temporário, de 72 horas, porque Israel já abriu corredores de ajuda humanitária", disse a jornalistas. "O problema é completamente diferente. É o Hezbollah que deliberadamente está impedindo a transferência de ajuda médica e comida para a população do sul do Líbano, para criar uma crise humanitária pela qual eles querem culpar Israel" afirmou.
O pedido de trégua foi feito ontem pelo chefe do setor de ajuda humanitária da ONU, Jan Egeland. Carregamentos com remédios e alimentos continuam chegando à região por aviões e navios. Hoje, um catamarã da Marinha norte-americana chegou a Beirute com 20 mil cobertores, mil lonas, kits de medicamentos e outros materiais para distribuição imediata, informou a porta-voz da organização de ajuda internacional Mercy Corp, Cassandra Nelson. Ela disse que o material será enviado para a região montanhosa de Chouf, a leste de Beirute, onde a organização presta assistência a refugiados. A expectativa é de que novos carregamentos cheguem para ser enviados ao sul do Líbano, acrescentou.
Aviões militares do Egito e da Jordânia também chegaram a Beirute com remédios, comida e kits de ajuda médica. Um terceiro avião, dos Emirados Árabes Unidos, trouxe 40 toneladas de alimentos e medicamentos.
Pelo menos 445 libaneses, muitos deles civis, foram mortos na ofensiva iniciada depois que o Hezbollah capturou dois solados israelenses e matou outros três na fronteira com Israel, em 12 de julho. Segundo o Exército israelense, 33 solados morreram em confrontos, e os ataques do Hezbollah ao norte de Israel mataram 19 civis. Milhares de estrangeiros que viviam no Líbano ou estavam de passagem pelo país já deixaram o território