O governo israelense anunciou nesta segunda-feira (15) planos para construir 44 casas no maior assentamento de Israel na Cisjordânia, violando uma promessa feita aos Estados Unidos quando a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, estava na região, em missão pela paz. O Ministério da Habitação publicou anúncios nos jornais israelenses pedindo aos empreendedores para participarem de uma concorrência pública para o projeto de construção em Maaleh Adumim, uma comunidade de mais de 30 mil pessoas fora de Jerusalém.
A suspensão da construção nos assentamentos na Cisjordânia é um elemento importante do "mapa da estrada", um plano para a paz no Oriente Médio que se encontra há muito tempo paralisado, e que tanto Israel como Condoleezza Rice defenderam com vigor em declarações públicas durante sua visita de três dias ao Oriente Médio, que terminou hoje.
O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Sean McCormack, que viajou com Rice, disse que não tinha conhecimento da licitação. Mas acrescentou: "Nossa política não mudou." Rice expressou o descontentamento dos EUA em relação à ampliação dos assentamentos. "Estamos muito comprometidos com o mapa da estrada e com as obrigações em Israel e falo todo o tempo para os israelenses sobre as ações que são proibidas pelo mapa da estrada", disse Rice ao jornal palestino Al-Quds.
"O compromisso mais importante que o presidente George W. Bush adotou é que os Estados Unidos não aceitam que medidas unilaterais possam prejudicar o resultado do acordo final", afirmou a secretária de Estado. Ao final de sua visita à região, autoridades americanas afirmaram que Rice participaria em breve de uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, numa tentativa de incentivar as conversações de paz.
A planejada ampliação do assentamento pouco fez para construir confiança entre Israel e os palestinos. Os palestinos, que devem obter a independência de acordo com o plano de paz, se opõem veementemente a qualquer assentamento judaico na Cisjordânia, afirmando que todo o território faz parte de seu futuro Estado.
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