Após dias de divergências que caminhavam para um incidente diplomático, o governo brasileiro obteve hoje de Israel permissão para fazer a retirada de brasileiros do Vale do Bekaa, no Líbano, pela fronteira oriental. Com isso, a travessia pode ser feita em uma hora e meia e não em 14 horas, caso a retirada tivesse de ser feita pela fronteira Norte, como exigia o governo israelense.

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"Foram intensas as negociações entre o Brasil e Tel-Aviv e, enfim, prevaleceu o bom senso", afirmou o embaixador Everton Vargas, coordenador do grupo de apoio aos brasileiros afetados pelo conflito entre Israel e o Hezbollah.

Para alcançar esse objetivo, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, apelou até para a intermediação da secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, que hoje visitou a região do conflito. Mas a vitória diplomática teve um efeito colateral. Graças à facilidade da nova rota de fuga, muitos dos inscritos decidiram retardar mais pouco a saída da zona do conflito por várias razões.

Amorim viajará amanhã até a Turquia para acompanhar o resgate dos brasileiros que estão deixando o Líbano. Na quarta-feira, um grupo de brasileiros partirá para o Brasil da cidade turca de Adana em um vôo da Força Aérea Brasileira (FAB). "Estamos tentando tirar esses brasileiros como podemos de lá. Isso traz a tragédia para nossas próprias casas", disse Amorim. "Estamos preocupados com morte de civis. Achamos que o uso da força tem sido desproporcional", afirmou. "Desde a 2ª Guerra, nunca tivemos tantos brasileiros mortos em uma guerra como agora. É uma tragédia para nós e ainda mais para os libaneses". (Colaborou Jamil Chade)

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