Israel aceita negociar paz com países árabes

O vice-primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, disse que os árabes e Israel deveriam manter conversações diretas sobre paz, após líderes árabes renovarem nesta quinta-feira (29) uma proposta de paz de 2002 ao governo israelense. "Vamos sentar e trabalhar juntos como fizemos antes com Egito, Jordânia e os palestinos", disse Peres à TV Al-Jazira, do Catar, mas sem esclarecer se Israel aprova ou rejeita a proposta árabe.

Miri Eisin, porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse nesta quinta-feira que o governo está estudando a Declaração de Riad e "responderá em seu devido momento". O texto, aprovado nesta quinta-feira no segundo e último dia da cúpula da Liga Árabe em Riad, na Arábia Saudita, pede a revitalização do plano proposto em 2002. Segundo ele, os 22 membros da Liga Árabe se comprometem a reconhecer o Estado de Israel em troca da retirada total dos territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Também exige a criação de um Estado palestino independente, com a capital em Jerusalém Oriental, e o direito de retorno dos refugiados palestinos, reconhecido na resolução 194 da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovada em 11 de dezembro de 1948.

Este último ponto é o mais polêmico, pois Israel considera que sua aplicação "significaria a transformação de Israel em um Estado palestino", disse Peres esta semana. O governo de Olmert defende que o "direito de retorno" seja assegurado aos mais de 4 milhões de refugiados palestinos e seus descendentes no território de seu futuro Estado e não em Israel. No encerramento da cúpula, os líderes árabes pediram a Israel e ao mundo que aceitem seu plano de paz para encerrar o conflito e o presidente palestino, Mahmud Abbas, advertiu que podem ocorrer mais atos de violência se a proposta for rejeitada.

"Reitero a sinceridade da vontade palestina em estender uma mão de paz ao povo israelense. Não deveríamos perder mais oportunidades na história desta longa e dolorosa causa", disse Abbas na cerimônia de encerramento da reunião que, além de apresentar a proposta "terra por paz" advertiu sobre uma possível corrida de armas nucleares na região, em uma aparente referência a Israel e ao Irã.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo