Os remanescentes do movimento islâmico da Somália ainda são uma ameaça para a capital, disse hoje em entrevista coletiva o ministro do Interior, dias depois que seu governo e soldados etíopes expulsaram de Mogadiscio a maioria dos milicianos. "Há 3 5 mil islamitas se escondendo em Mogadiscio e nas áreas próximas e eles devem desestabilizar a segurança da cidade", disse aos jornalistas o ministro do Interior Hussein Aideed. Ele não explicou a fonte de sua informação ou o que levou aos seus comentários depois que o primeiro-ministro, Ali Mohamed Gedi, disse na terça-feira que os intensos combates haviam acabado e que agora esperava apenas pequenos atos de violência.
Em outra entrevista coletiva realizada hoje, Gedi descartou a ameaça e contestou o cálculo de que há 3,5 mil islamitas escondidos na capital, defendida por Aideed, mas não ofereceu a sua própria estimativa. O movimento islâmico declarou que vai continuar lutando, suscitando o espectro de uma guerra de guerrilha, no estilo iraquiano. Ao longo dos últimos 15 dias, soldados do governo de transição da Somália e forças etíopes expulsaram o movimento islâmico, que havia controlado a maior parte do sul da Somália.
A fuga dos combatentes islâmicos levantou a suspeita de que pode haver extremistas entre eles. Acredita-se que três homens suspeitos de pertencer à Al-Qaeda e de participação nos bombardeios de 1998 às embaixadas americanas no leste da África sejam os líderes do movimento islâmico somali. Os líderes do movimento islâmico negam ter laços com a Al-Qaeda.
Ontem em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sean McCormack, afirmou que navios da Marinha dos EUA foram enviados para a costa da Somália, onde ficarão alertas à procura de membros da Al-Qaeda e de militantes aliados que tentem fugir por mar. O vizinho Quênia enviou soldados extras para a fronteira com a Somália e aumentou os controles em relação às pessoas que buscam refúgio no território queniano.