A ?sacada? foi do Jornal da Globo, na última terça-feira. Depois da bala perdida, o Rio de Janeiro conheceu o ?balão perdido?. Uma senhora levou um susto ao ver um balão caindo em cima dela, dentro do apartamento. Teve as duas mãos queimadas – seus instrumentos de trabalho, já que é massoterapeuta. Os responsáveis devem ter comemorado quando viram seu artefato virar assunto em noticiário nacional.
A situação é extrema e mostra claramente que os baloeiros voltaram a atacar com força nas grandes capitais. É só olhar para o céu no fim da tarde e perceber os balões voando perigosamente sobre casas, matagais e redes elétricas. Ameaças reais para o meio ambiente e para a população, que às vezes acha até bonito ver os artefatos neste período de festas juninas.
O incrível é que não existe amadorismo neste mundo dos baloeiros. São ?equipes? grandes, todos paramentados e uniformizados, que saem com grandes carros para a periferia de Curitiba e, de um descampado, lançam seus balões. Por conta da ?modernidade?, eles contam até com fogos de artifício, para deixar a brincadeira ainda mais perigosa – foi o que aconteceu em São Paulo, quando um balão cheio de rojões caiu na pista e explodiu perto de um avião de passageiros no aeroporto de Congonhas.
E o que mais atrai essa turma é justamente o risco que a atividade proporciona. Quanto mais arriscado, mais emocionante e não importa quantas pessoas podem ser prejudicadas. Não importa se o balão cair em uma casa. Ou se cair em cima de uma criança. Ou se cair sobre uma área verde, que pode ser incendiada. Ou se cair sobre um transformador e deixar uma região sem luz. Isso é nada, legal para eles é ver o balão subindo e descendo.
Estes irresponsáveis não se preocupam com o bem comum, o que é costumeiro para pessoas da classe social que eles representam. E, ao reincidir na soltura dos balões, podem ser enquadrados no código penal, por formação de quadrilha. E serem presos. Mas será que eles se importam?
