Andreas von Richthofen, de 15 anos, disse à imprensa que perdoa a irmã, continua a amá-la e que tem certeza que seus pais também a perdoariam. Andreas fez a declaração ao visitar Suzane Louise von Richthofen, de 19 anos, no 89º Distrito Policial. Ele permaneceu com a irmã durante duas horas e levou um bicho de pelúcia, frutas, refrigerantes, um creme e cobertores. Andreas entrou na delegacia abraçado a um amigo do pai, Denivado Barni, procurador jurídico da Dersa, empresa onde o pai de Suzane trabalhava.

A assessora de imprensa da Dersa entregou aos jornalistas uma nota assinada pelo rapaz. “Perdoar é abrir o coração. Não só perdoei minha irmã Su, mas continuo a amá-la. Agora, principalmente, é o momento que ela mais precisa do amor. Apesar da dor, tenho certeza de que nossos pais a perdoaram. Ainda ontem ouvi uma frase que me marcou: a humanidade deve caminhar unida em busca da civilização do amor”, escreveu.

Suzane entregou à delegada Iraci Medeiros Teixeira, do 89º Distrito Policial, no bairro do Morumbi, onde está presa, uma lista com nomes de pessoas que ela gostaria que fossem visitá-la. De acordo com a rádio CBN o primeiro nome da lista é o pai do namorado. Também foram citados por ela seis colegas da PUC, o irmão Andreas, além dos padrinhos e dos avós.

Reconstituição
A delegada afirmou que Suzane disse a ela que ontem “foi um dia horrível” e que não dormiu à noite. Suzane, o namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele, Cristian Cravinhos, passaram o dia na mansão do Morumbi para reconstituir o assassinato dos pais dela. Na reconstituição, foram confirmados os depoimentos dados pelos três na última sexta-feira, quando confessaram o crime.

De acordo com a delegada, Suzane ficou muito assustada com a multidão que aguardava a chegada dos acusados para a reconstituição do crime ocorrida ontem na casa onde morava com os pais, no Brooklin.

Promotoria
Suzane será acusada por duplo homicídio qualificado e roubo qualificado, mesmos crimes que serão atribuídos ao namorado dela, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, e o irmão dele, Cristian, 26. A decisão da promotoria será tomada mesmo depois de ser concluído que Suzane não participou diretamente das mortes dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen.

Vergílio Ferraz do Amaral, promotor que acompanhou a reconstituição, concluiu que, mesmo não tendo golpeado os pais, Suzane teria planejado o crime e a execução, abrindo caminho para que os irmão cometessem o assasinato. Para Amaral, Suzane, Daniel e Cristian poderão ser condenados de 11 a 30 anos, por homicídio, e de cinco a dez anos por roubo. As acusações formais ainda não foram elaboradas.

Duplo homicídio
O crime ocorreu por volta da meia-noite e a ação durou cerca de 30 minutos. Daniel e seu irmão Cristian usaram meia-calças e luvas cirúrgicas no momento do assassinato para que não sobrassem digitais ou pêlos no local do crime. A dupla matou o casal com golpes de barras de ferro nas cabeças. Daniel atacou o sogro com uma quantidade grande de golpes e seu irmão deu cinco golpes em Marísia. O casal, que estava dormindo em seu quarto, chegou a reagir. As armas, canos de ferro com madeira na parte interna, foram fabricadas por Daniel e levadas para a casa das vítimas dentro do carro de Suzane. (Terra.com.br)

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