O ministro do STJ, Paulo Medina, e seu irmão, Virgílio Medina, eram peças fundamentais do esquema de venda de liminares para a máfia dos bingos, de acordo com o inquérito da PF, obtido pelo Estado. Só de julho a agosto, os irmãos teriam recebido de R$ 600 mil a R$ 1 milhão do esquema para deferir liminar, liberando caça-níqueis da empresa Betec Games. Outros indícios obtidos pela PF deixam os dois em situação delicada. Em 2005, Virgílio concedeu a Paulo um empréstimo de R$ 440 mil. Segundo a PF, ele não tinha movimentação suficiente para o empréstimo.

continua após a publicidade

Durante as investigações, a PF concluiu que Medina e o irmão atuavam em parceria com o desembargador do Tribunal Regional Federal do Rio José Eduardo Carreira Alvim. Nos documentos, os policiais explicam que o esquema funcionava assim: os integrantes da organização criminosa voltada para a exploração de jogos de azar (Aberj), representados pelo advogado Sergio Luzio Marques e pelos intermediários Evandro da Fonseca e Jaime Garcia Dias, pagavam primeiro a Carreira Alvim para que este concedesse medida cautelar liberando os caça-níqueis. Em seguida através de Virgílio, Paulo confirmava a medida cautelar concedida por Alvim.

Em um dos grampos, a PF consegue captar uma conversa entre Virgílio e o lobista Jaime. ?Se tivesse a certeza do 1 milhão?, sugere o intermediário da máfia. ?Ai, ai, primeiro eu teria que atirar…toma, atiraria aqui…pode entrar a petição?, responde Virgílio. O representante do crime insiste: ?Eu vou conversar também e explicar a questão, o problema.? Virgilio interrompe: ?Chega para ele e, vamos supor, dar 1 milhão… passa 1 milhão e aí inverte medo de 1 milhão.?

As informações são de O Estado de S.Paulo

continua após a publicidade