Um memorando da Organização das Nações Unidas (ONU) publicado nesta sexta-feira (20) pelo Washington Post diz que o primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, proibiu o Ministério da Saúde do país de divulgar os números de vítimas da violência. No memorando, o enviado especial da ONU para o Iraque, Ashraf Qazi, diz que o Ministério da Saúde do Iraque foi instruído a não divulgar dados sobre a violência para a representação das Nações Unidas em Bagdá.

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A ONU publica esses números a cada dois meses. O último informe, de setembro, diz que 6.599 civis iraquianos foram mortos entre julho e agosto, uma média de mais de 100 por dia. Segundo Qazi, o próprio Al-Maliki confirmou esses números durante sua recente visita a Londres. "Os números da missão da ONU no Iraque nunca foram contestados publicamente pelo governo e podem ter contribuído para uma maior consciência internacional sobre as conseqüências severas que o conflito no Iraque está tendo para os civis", diz o memorando.

No começo deste mês, a revista médica The Lancet publicou um trabalho de pesquisadores da respeitada universidade norte-americana Johns Hopkins, segundo o qual cerca de 655 mil iraquianos já morreram desde que seu país foi invadido por uma coalizão liderada pelos EUA, em março de 2003. "É preciso notar que as maiores restrições à divulgação de dados oficiais sobre as vítimas aparecem num momento de atenção crescente da mídia e de divulgação de dados científicos sobre o assunto", diz o memorando da ONU. Em 2004, as forças de ocupação norte-americanas já haviam proibido o Ministério da Saúde do Iraque de divulgar dados sobre a morte de civis. As informações são da Associated Press, citada pela Dow Jones.

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