O primeiro-ministro do Iraque ordenou nesta terça-feira (2) uma investigação sobre a condução da execução de Saddam Hussein, numa tentativa de descobrir quem, no grupo de testemunhas, insultou o ex-líder iraquiano nos últimos minutos de sua vida e depois vazou um vídeo da sua morte a partir de um telefone celular para uma emissora de TV satélite árabe e um site na internet.
O vídeo continha o áudio de algumas pessoas insultando Saddam com cantos de "Muqtada" e do ex-líder respondendo que seus atormentadores não estavam sendo humanos. Veio à tona na TV Al-Jazeera e na internet no sábado, o dia em que Saddam foi enforcado. A Al-Jazeera afirmou que, quando o transmitiu, o vídeo era exclusivo da emissora. As fotos apareceram na internet praticamente ao mesmo tempo.
Os insultos dirigidos contra Saddam se referiam a Muqtada al-Sadr, o clérigo radical xiita que é a principal figura de apoio do primeiro-ministro Nouri al-Maliki, o líder xiita que pressionou pela rápida execução de Saddam. Sami al-Askar, um assessor político próximo de al-Maliki, disse que o líder iraquiano havia "ordenado a formação de um comitê de investigação no Ministério do Interior para identificar quem cantou slogans dentro da câmara de execução e quem filmou o enforcamento e enviou o filme para a mídia".
O vídeo era particularmente inflamado não apenas por causa do canto desrespeitoso, mas também por mostrar a morte de Saddam em si, quando ele caiu no chão e seu pescoço pendeu, com os olhos abertos e o pescoço virado para a direita. O vídeo clandestino mostrou uma cena muito diferente daquele oficial da execução, que era silencioso e não mostrava o ex-líder ao cair morto.