O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad disse nesta terça-feira (02) que o Irã manterá seu programa nuclear e que a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que impõe sanções contra o país é "inválida". "A nação iraniana é sábia e continuará com seu trabalho nuclear e está pronta para defendê-lo completamente", disse Ahmadinejad, em um discurso televisionado durante um comício na cidade de Ahvaz. "A resolução da ONU contra o trabalho nuclear do Irã não tem validade para os iranianos.
O Irã assinou um contrato para a compra de sistemas de defesa antiaérea Tor M-1 com a Rússia no fim de 2005. Contrariando a oposição de Israel e Estados Unidos, a Rússia anunciou hoje a entrega ao governo iraniano de mais da metade desses sistemas. "Se assinamos um contrato de venda de armas, ele deve ser cumprido. É uma questão de princípios", declarou um porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia à agência oficial Itar-Tass.
Pelo contrato, Moscou deve entregar 29 sistemas de mísseis antiaéreos russos Tor M-1 por um valor de US$ 700 milhões nos próximos três anos. O porta-voz oficial negou que a resolução 1.737 adotada pela ONU em 23 de dezembro seja um impedimento à venda de armas ao regime iraniano. "Não existe nenhuma proibição por parte da ONU para a venda de armamento defensivo. A Rússia é um Estado que respeita as leis internacionais", ressaltou.
A resolução exige que o Irã suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio num prazo de 60 dias. Caso não cumpra a exigência, os Estados membros da ONU ficarão proibidos de fornecer material e tecnologia que possa ser utilizado nos programas nucleares e de mísseis iranianos. Israel chamou a venda dos Tor de "uma punhalada nas costas". Os EUA opinaram que os mísseis contribuirão para a instabilidade no Oriente Médio.
Cada sistema Tor é dotado de oito foguetes terra-ar com um alcance de entre 1,5 e 12 quilômetros de distância e de 10 metros a 6 quilômetros de altitude. Com eles, segundo os especialistas russos, o Irã poderá enfrentar um possível ataque israelense contra suas centrais elétricas ou nucleares, como ocorreu em 1981 com o Iraque, cuja central Osirak, cerca de 30 quilômetros ao sul de Bagdá, foi destruída pelos bombardeios da aviação israelense.