O Irã continua a desobedecer as exigências da comunidade internacional de interromper o enriquecimento de urânio e intensificou a expansão do seu programa nuclear, afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), numa investigação para determinar se o país deverá ser sujeito a novas sanções do Conselho de Segurança. O relatório apresentado por Mohamed ElBaradei, diretor-geral da AIEA, diz que a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) continua sendo "incapaz de avançar em seus esforços de verificar certos aspectos sobre o alcance e a natureza" do programa nuclear iraniano.
A oposição do Irã em cumprir um novo prazo de 60 dias estabelecido pelo Conselho para pôr um fim à sua atividade nuclear expõe o país a medidas mais duras. Em março, o conselho da ONU havia imposto uma segunda série de sanções contra Teerã e marcado o prazo de suspensão de atividades nucleares para maio. O governo iraniano afirma que seu programa nuclear visa apenas a produção de energia, embora países do Ocidente e Israel acreditem que o projeto seja uma fachada para a produção de armamento atômico.
Segundo diplomatas, o país instalou mais de 1.600 centrífugas até a primeira quinzena de maio, quintuplicando seu potencial de enriquecimento desde o relatório de fevereiro da AIEA. ElBaradei confirmou recentemente que 1.300 centrífugas funcionam "continuamente", refinando o elemento físsil do urânio a um nível de 5%, adequado para uso como combustível de usinas nucleares. Para uso em armas, o urânio precisa estar enriquecido até 90%. Com as 3.000 centrífugas que devem estar operando até o fim de junho, Teerã levaria cerca de um ano para produzir material suficiente para uma bomba atômica.