O Irã confirmou oficialmente ter aumentado sua capacidade de enriquecimento de urânio ao injetar gás em uma segunda rede de centrífugas, segundo informou neste sábado (28) um jornal estatal.

continua após a publicidade

A injeção de gás marcou o primeiro enriquecimento de urânio no Irã que se tem conhecimento desde fevereiro. O processo pode tanto produzir combustível nuclear quanto material para bombas nucleares, mas não representa um grande avanço tecnológico, e é improvável que possibilite ao Irã produzir uma arma.

De qualquer forma, o anúncio do Irã mostra a intenção da república islâmica de expandir seu programa atômico, enquanto o Conselho de Segurança da ONU está dividido sobre como punir o país por não suspender seu programa, assim como queriam os países do Conselho.

"Nós exploramos produtos de ambas as redes", afirmou o vice-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Mohammad Ghannad, ao Iran Daily de hoje. "A segunda foi instalada há duas semanas".

continua após a publicidade

Ghannad disse que ambas as redes de centrífugas estavam enriquecendo urânio em 3% a 5%, o suficiente para uso industrial mas não para armas. "Essa experiência irá ajudar os engenheiros iranianos a chegar mais perto do enriquecimento de urânio industrial", afirmou.

O observador nuclear da ONU e a Agência Internacional de Energia Atômica estão a par da segunda rede há cinco meses, disse Ghannad. "Inspetores da AIEA visitaram as redes em Natanz na semana passada", afirmou. O presidente dos EUA, George W. Bush, chamou de "especulação" o relato de ontem de que o Irã teria dobrado sua capacidade de enriquecimento, mas disse que um Irã com armas nucleares é inaceitável.

continua após a publicidade

Washington tem pressionado por sanções contra o Irã há muito tempo, por sua recusa em suspender o enriquecimento de urânio – processo que Teerã afirma ser apenas para gerar energia elétrica mas outros países alegam que seja um disfarce para a construção de armas nucleares.

A Rússia e a China, com fortes laços com Teerã, relutam em adotar medidas punitivas, e deixam a porta aberta para conversas. EUA, Rússia, China, França e Alemanha tem poder de veto no Conselho de Segurança, que agora tenta criar uma proposta de resolução que imporia sanções ao Irã. As informações são da Associated Press.