IPT admite hipótese de falha humana em desabamento

Depois das primeiras observações no local do acidente, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) começa oficialmente nesta segunda-feira (15) a colher informações para a difícil tarefa de descobrir as causas da abertura da cratera no local da futura Estação Pinheiros do Metrô da capital paulista. "Os técnicos do IPT vão se reunir com o pessoal do Metrô para ter acesso aos projetos da obra", disse o engenheiro civil Vahan Agopyan, diretor-presidente do órgão. Para ele, ainda é cedo para levantar hipóteses, mas não descartou que possa ter havido uma falha técnica na execução do vão da estação.

"É possível que tenha ocorrido algum erro, mas, provavelmente, somado a fatores naturais imprevisíveis. Estamos abertos a todas as linhas de investigação porque, por enquanto, o problema está enterrado", afirmou. Ele disse que, se for preciso, pedirá consultoria de institutos de outros Estados e até do exterior.

O coordenador do grupo responsável pela investigação do acidente deverá ser um engenheiro geotécnico, cujo nome será definido hoje. Segundo o diretor do IPT, participarão dos trabalhos pelo menos dez especialistas, entre engenheiros, geólogos e físicos. A tentativa do IPT de utilizar um magnômetro – aparelho que detecta presença de metal por meio de ondas magnéticas – acabou sendo inútil, contou Agopyan. "Não pudemos tirar conclusões porque a quantidade de metal no fundo do vão era enorme. Havia geradores de luz, uma retroescavadeira, muita coisa que distorceu as medições", explicou.

O engenheiro elogiou o trabalho de resgate das equipes do Corpo de Bombeiros, apesar das críticas dos parentes dos desaparecidos em relação ao ritmo lento das escavações na cratera. "Eles foram extremamente cautelosos, principalmente, na questão da retirada da grua", avaliou. O diretor do IPT disse não ter percebido um eventual atrito entre bombeiros e engenheiros, que teriam mais pressa para o andamento dos trabalhos. "Acredito que isso não tenha ocorrido, mas, se fosse confirmada a inexistência de vítimas, a solução mais simples seria realmente compactar a vala concretar sobre o resto dos escombros e furar de novo", afirmou Agopyan.

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