Ipea eleva projeção de crescimento do PIB para este ano

Rio de Janeiro – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano de 4,2% para 4,3%. A elevação em 0,1 pontos percentuais foi motivada, segundo o Ipea, pelo aumento do consumo das famílias, cuja projeção passou de 5,3% para 5,7%, e o consumo do governo, que também saltou de 2,6% para 3,3%. A previsão de alta de 9% nos investimento das empresas foi mantida. Os dados estão no Boletim de Conjuntura Trimestral, divulgado nesta quarta-feira (20) pelo Ipea.

De acordo com o economista do Ipea Fábio Giambiagi, a inflação em baixa e o ajuste externo vigoroso garantem um maior clima de otimismo em relação ao desempenho da economia brasileira. Segundo o Instituto, ?a economia brasileira emite sinais de ter finalmente ingressado no chamado círculo virtuoso de desempenho?.

"Temos ficado progressivamente mais otimistas com o ritmo dos investimentos", afirmou. "A economia brasileira está colhendo os frutos do esforço que o país vem fazendo há vários anos de ajuste macroeconômico e melhora de suas instituições. Isso vai gerando um otimismo crescente entre os empresários em relação às possibilidades de o país continuar seu processo de crescimento".

Ele citou como exemplos desses esforços implementados pelo país ao longo dos anos, a estabilização da moeda desde meados da década passada, ajuste fiscal externo e as políticas voltadas para evitar a escalada da inflação que, segundo ele, ?dá sinais de que vai permanecer em baixa por um bom tempo".

O setor agropecuário deve ter um crescimento menor do que os 6% projetados anteriormente. A expectativa, agora, é que a expansão seja de 4,5%. O mesmo movimento deve ser observado na indústria que, em vez de crescer 4,8% deve ficar em 4,3%. Nos serviços, o Ipea espera encontrar resultado oposto. Em lugar de crescer 3,6% o setor deve ter alta de 4%.

O economista do Ipea também destacou o ritmo mais acelerado de expansão do produto potencial da economia, que é o indicador que mede a possibilidade de crescimento da economia se todos os setores operassem em sua capacidade total.

"Antes, essa capacidade era de 3%, agora é de 4%. Isso é muito bom porque se a economia crescer em torno de 4,5% e o produto potencial cresce a 3%, então há um desequilíbrio potencial em curso. Mais cedo ou mais tarde, o país poderá esbarrar no teto de plena capacidade. Mas se economia cresce há uma certa capacidade ociosa inicial, o encontro com os problemas vai demorar e poderemos crescer durante algum tempo sem ter riscos de surgirem pressões inflacionárias positivas?, explicou.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo