O cenário da inflação ainda exige cautela na condução da política monetária. A avaliação foi feita hoje (18) à noite pelo coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural (GAC) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Paulo Mansur Levy. O instituto calculou que a tendência do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), núcleo médio para os próximos quatro meses anualizado, está em 7,2%, o equivalvente a 0,58% ao mês.
O aspecto positivo da análise do Ipea, que exclui da inflação efeitos acidentais (como tarifas públicas e outros), é que a tendência anualizada vem caindo desde o início do ano, quando estava em 8,4%. A questão, entretanto, é que ela ainda permanece acima do teto da meta da inflação prevista para este ano pelo governo (5,5%, dois pontos porcentuais acima da meta central de 3,5%).
Levy avalia que a inflação cheia medida pelo IPCA, do IBGE, deverá subir em junho e julho, levando em conta os aumentos previstos para energia elétrica, telefonia, gás de cozinha e ônibus. Mas ele diz que ?não seria surpresa? se a tendência estimada pelo Ipea não captasse estes impactos e continuasse o movimento de declínio iniciado em janeiro. Na prática, as grandes oscilações (positivas ou negativas) têm ocorrido em quantidade reduzida de produtos.
