A inflação medida pelo IPCA-15 ficou em 0 52% em fevereiro, ante 0,51% em janeiro, divulgou hoje o IBGE. A variação ficou dentro das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado (0,49% a 0,64%), mas abaixo da mediana das estimativas (0,55%). Os reajustes nas passagens de ônibus e nas mensalidades escolares pressionaram a taxa em fevereiro, mesmo com a queda nos preços de produtos alimentícios e vestuário. No primeiro bimestre de 2006, o IPCA-15 acumulou alta de 1,03% e em 12 meses, de 5,47%.
Segundo o documento de divulgação do IBGE – os técnicos do instituto não comentam em entrevista os dados do IPCA-15 -, mesmo com os alimentos (-0,40%) e artigos de vestuário (-0,28%) mais baratos, a "alta sazonal" das mensalidades escolares (5,38% com o principal impacto individual do mês, de 0,22 ponto porcentual) e a concentração de reajustes nas passagens dos ônibus urbanos (1,96%) "levaram à semelhança de resultados entre os índices de janeiro e fevereiro".
Nos ônibus urbanos (1,96%), quatro das regiões pesquisadas apresentaram altas nos preços das passagens: Brasília (10,70%), Belo Horizonte (6,32%), Rio de Janeiro (4 44%) e Porto Alegre (2,29%).Ainda segundo o IBGE, o litro do álcool subiu 5,76%, com reflexos também no preço do litro da gasolina (0,75%). Além dos ônibus e dos combustíveis, outros itens do grupo Transportes (1,22%) tiveram alta: transporte escolar (5,76%), seguro de veículos (3,07%), conserto de veículos (1,73%), óleo (1,43%), lubrificação e lavagem (1,30%) e automóveis novos (1,12%).
No grupo dos alimentos, a queda de -0,40% foi influenciada, principalmente, pelos preços mais baixos do frango (-5,03%) e das carnes (-3,10%). Mas outros produtos tiveram quedas expressivas, como o tomate (-26,50%), carne-seca (-7,78%) cebola (-5,98%), feijão-preto (-4,43%) e batata-inglesa (-4 01%).