IPC-S registra deflação de 0,33%

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) caiu 0,33% no período encerrado em 22 de agosto – o menor resultado da história do indicador, iniciado em janeiro de 2003.

Na apuração anterior, o IPC-S também caiu, mas com menos intensidade (-0,20%). Segundo informou, nesta terça-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os recuos de preços em Alimentação (de -1,10% para -1,30%) e Habitação (de 0 23% para 0,10%) levaram à queda nos preços.

Na avaliação do economista da FGV, André Braz, a inflação no varejo continua sendo beneficiada por uma "combinação favorável de fatores", como deflação nos alimentos; menor impacto do aumento da tarifa de telefone; e recuo na tarifa de energia elétrica – sendo que, esses dois tópicos puxaram para baixo os preços de habitação. Mas Braz alertou que esse cenário não continuará para sempre.

"Pode até ser que o IPC-S fique nesse nível (baixo) na próxima semana, mas em setembro acho difícil isso se manter", afirmou.

Braz explicou que, no IPC-S de até 22 de agosto, os preços de Vestuário estão em deflação menos intensa (de -1,82% para -1,46%), mostrando redução no ritmo das liquidações relacionadas à antiga coleção outono/inverno, graças à proximidade da coleção primavera/verão.

Além disso, o recuo nos preços dos alimentos pode estar chegando ao limite. No IPC-S anunciado hoje, a intensificação na queda de preços dos alimentos foi causada por recuos em segmentos com preços voláteis, como Hortaliças e Legumes (-5,82%) e Frutas (-3,88%).

"Alguns produtos que estavam apresentando queda forte no indicador anterior registraram preços estáveis ou até queda menos intensa no IPC-S de até 22 de agosto", afirmou o economista. Entre os exemplos, estão carnes bovinas (de -0,80% para -0,78%); carnes suínas (de -0,39% para -0,33%) e laticínios (-1,58%, mesma taxa anterior).

Tendência – Um possível aumento no preço da gasolina pode acelerar o processo de retorno de elevações na taxa do IPC-S, na avaliação de Braz. A gasolina tem um peso muito grande na inflação do varejo. "Um aumento de 10% no preço da gasolina teria uma influência de 0,03 ponto percentual no IPC-S", exemplificou.

Dos sete grupos que compõem o IPC-S, seis apresentaram recuo de preços, na passagem do IPC-S de até 15 de agosto para o índice de até 22 de agosto. Além de alimentos, habitação e vestuário, é o caso de Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,48% para 0,35%); Educação, Leitura e Recreação (de 0,35% para 0,30%); Transportes (0,26% para 0,10%);e Despesas Diversas (de + 0,15% para -0,09%).

O único grupo a não apresentar recuo de preços e registrar deflação menos intensa, no mesmo período, foi o de Vestuário (de -1,82% para -1,46%).

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