O processo de deflação perdeu força no Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S). O indicador de até 22 de setembro caiu 0,08%, ante -0,20% na apuração anterior, já como reflexo dos aumentos no preço da gasolina (2,80%) e na taxa de água (4,91%), segundo informou, nesta sexta-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Caso fossem excluídas as influências desses dois produtos, o IPC-S teria caído 0,27%.

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Para o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, não é impossível que a próxima taxa do indicador, que será anunciada no dia 3 de outubro, se apresente "levemente positiva". Isso porque as influências dos reajustes, no preço da gasolina e na taxa de água, continuarão puxando para cima a inflação do varejo.

Caso o próximo IPC-S registre elevação, o indicador interromperia uma seqüência de seis deflações consecutivas. Porém, mesmo com a possibilidade de uma alta no índice na próxima semana, Braz comentou que não será uma taxa preocupante. "Pode ser uma taxa levemente positiva, mas próxima de zero", afirmou.

Os aumentos nos preços de gasolina e de taxa de água elevaram os índices de inflação dos grupos Transportes (de 0,40% para 0,96%) e Habitação (de 0,17% para 0,32%) respectivamente. No caso de Transportes, os preços no segmento também foram afetados pelo reajuste do álcool combustível (de -0,07% para +0 47%).

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Braz alertou que isso será uma influência a mais para elevar o preço da gasolina – além do reajuste anunciado pela Petrobras, em vigor desde 10 de setembro. A gasolina tem 25% de álcool em sua formação.

O IPC-S anunciado hoje também mostrou que a tendência de queda nos preços dos alimentos pode estar no "princípio do fim", no varejo. A deflação no grupo Alimentação foi mais fraca (de -1 26% para -1,19%), na passagem do IPC-S de até 15 de setembro para o indicador de até 22 de setembro. "Embora a diferença entre as duas taxas tenha sido pouca, nota-se um espalhamento maior de quedas mais fracas, nos preços dos alimentos", afirmou Braz.

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Como exemplos, ele citou as deflações menos intensas nos preços de Hortaliças e Legumes (de -7,50% para -6,85%); Carnes Suínas (de -0,59% para -0,29%) e Carnes Bovinas (de -0,46% para -0,35%), além de aceleração no preço de Pescados Frescos (de -0 05% para +0,65%).

Dos sete grupos que compõem o IPC-S, quatro apresentaram aumentos de preços ou até deflação mais fraca, na passagem do indicador de até 15 de setembro para o IPC-S anunciado hoje. Além dos três já citados, esse também é o caso de Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,46% para 0,49%), cuja taxa de inflação subiu graças às altas de preços em serviços de saúde (0,70%) e em produtos médico-odontológicos (0,11%).