A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ficou praticamente estável na semana de 31 de julho (0,13%) ante a semana anterior (0,12%). O reajuste nas tarifas de telefonia fixa impediu uma deflação no período, segundo explicou o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz.
Ele adiantou que as próximas apurações do índice deverão registrar índices similares ao divulgada hoje (1). Para a próxima semana, segundo Braz, há até mesmo uma "pequena possibilidade" de uma variação menor, já que os efeitos do reajuste da telefonia já foram captados quase integralmente e perderão força.
O IPC-S da última semana de julho mostrou aceleração, ainda que pequena, em seis dos sete grupos pesquisados, e queda apenas no Vestuário. Com redução de 0,91% nos preços, ampliando a queda de 0,33% registrada na semana anterior, o grupo de Vestuário respondeu com -0,11 ponto porcentual para a taxa. Braz disse que as promoções de inverno são o motivo da queda.
A principal pressão de alta foi dada pela telefonia fixa (4,75%), que respondeu sozinha por 0,17 ponto porcentual do IPC-S, que teria sido negativo sem esse reajuste. O item teve impacto no grupo Habitação (0,66% para 0,72%).
Outra aceleração, ainda bastante sutil, ocorreu no grupo Alimentação (-0,68% para -0,64%). Braz destacou que, ainda que o índice tenha permanecido negativo, a queda não se intensificou, como vinha ocorrendo nas semanas anteriores. Uma das influências para a "estabilidade" no grupo dos alimentícios foi a cana-de-açúcar, cuja safra foi prejudicada por problemas climáticos em algumas regiões produtoras, reduzindo o ritmo de queda nos preços dos adoçantes (-1,95% para -0,92%).
A cana-de-açúcar teve influência também no item Transportes (0,27% para 0,34%), com reajustes diretamente vinculados à matéria-prima agrícola, no álcool (-0,61% para 0 29%) e na gasolina (0,06% para 0,32%).
As férias escolares influenciaram o grupo Educação, Leitura e Recreação (0,27% para 0,30%), com aumento no item passeios e férias (3,73%). Houve aceleração também nos grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,43% para 0,46%) e Despesas Diversas (0,19% para 0,24%).