A deflação perdeu fôlego no Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) de até 15 de setembro, que ficou em -0,20%, ante -0,32% no IPC-S anterior, da semana terminada em 7 de setembro.
Os aumentos nos preços de gasolina (0,84%) e da taxa de água e esgoto (4,41%) levaram à queda mais fraca, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Se fossem excluídos os impactos de gasolina e de taxa de água, o IPC-S teria ficado com a mesma taxa da semana anterior", afirmou o economista da FGV, André Braz.
O próximo IPC-S também deve apresentar deflação menos intensa, na avaliação do economista da FGV. Ele explica que o indicador continuará sofrendo impacto do aumento no preço da gasolina, em vigor desde o dia 10 de setembro.
Além disso, a influência dos reajustes na taxa de água e esgoto, realizados no Rio de Janeiro e em São Paulo, também deve permanecer no resultado do próximo indicador. Mas o economista não acredita que o próximo IPC-S possa ficar positivo. "Uma deflação de -0 20% é muita coisa para reverter. Não acho que dá tempo para isso", afirmou.
Graças ao reajuste no preço da gasolina, aumentou a variação nos preços de transportes (de -0,08% para positivos 0 40%), grupo que mais influenciou a taxa do IPC-S. Outros setores também contribuíram para a deflação mais fraca, como a queda menos intensa nos preços de Alimentação (de -1,36% para -1,26%) e o aumento de preços no grupo Habitação (de 0,11% para 0,17%) – esse último sofreu o impacto do reajuste na taxa de água.
No caso dos alimentos, Braz informou que houve perda de força na deflação dos preços das carnes no varejo. Houve quedas menos intensas em carnes bovinas (de -0,77% para -0,46%) e pescados frescos (de -0,84% para -0,05%), e até mesmo alta nos preços do frango inteiro (de 0,97% para 1,91%). "Esse movimento nos preços das carnes foi o principal responsável pela queda mais fraca nos preços dos alimentos", disse Braz.
"Acredito que isso não é originado de entressafra, porque, se fosse isso, esse movimento seria antecipado no atacado, o que não ocorreu", disse o economista. Ele considerou que, provavelmente, deve estar ocorrendo uma recomposição de margens ou ajuste de preços nesse segmento. "Agora, temos que observar os próximos resultados para ver se permanece esse movimento nos preços das carnes", afirmou.