O IPC-S de até 22 de dezembro, que subiu 0,47%, foi a maior taxa nesse tipo do indicador desde a quarta semana de janeiro deste ano, quando o índice teve alta de 0,65%.
A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. "Mas isso não representa uma alta generalizada de preços. O que ocorreu foi um efeito muito atípico: raramente acontecem tantos reajustes nos preços de transportes como ocorreu em dezembro", disse.
Ele se referiu à aceleração de preços no grupo Transportes (de 1 69% para 2,55%), que foi a classe de despesa que mais influenciou a taxa maior do indicador.
Segundo Braz, os principais tipos de transporte urbano tiveram aceleração de preços. É o caso de ônibus urbano (de 4,47% para 6 50%); metrô (de 4,60% para 6,62%); táxi (de 4,16% para 6,76%); trem (de 4,30% para 6,19%); van (de 4,05% para 5,95%). "Se o grupo Transportes tivesse mantido o mesmo patamar de elevação de preços da quadrissemana passada, o IPC-S teria subido 0,37%, e não 0,47%", afirmou.
Outro fator que também ajudou a acelerar a taxa do índice foi o comportamento do grupo Habitação, cujos preços saíram de deflação (de -0,15% para 0,01%). Isso porque houve queda menos intensa nos preços de tarifa de eletricidade residencial (de -1 05% para -0,60%) e aceleração no preço da tarifa de gás de botijão (de 0,01% para 0,21%).
Porém,o comportamento dos preços dos alimentos ajudou a segurar a inflação no IPC-S até 22 de dezembro. Os preços do setor saíram de uma elevação de 0,24% para uma queda de 0,03%, beneficiados pela intensificação na queda dos preços dos alimentos in natura (de -0,48% para -1,75%). "Houve quedas de preços em hortaliças (-2,3%) e frutas (-1,08%)", disse.
