A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ficou em 0,61%, na semana encerrada em 13 de dezembro, no piso da previsão dos analistas, segundo divulgou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). No IPC-S anterior, de até 6 de dezembro, o indicador havia ficado em 0 57%.

continua após a publicidade

A aproximação das festas de final de ano e a pressão exercida nos preços dos alimentos, principalmente de carnes, foi apontado como o principal fator que puxou para cima o IPC-S. Isso porque os grupos de Transporte e Habitação repetiram percentuais elevados de participação na formação do indicador, devido ao repasse do aumento dos combustíveis e por conta do reajuste dos preços administrados.

"Até o final de novembro, os alimentos significavam um fator de equilíbrio que impedia o indicador de crescer mais", afirmou o coordenador do IPC e economista da FGV, André Braz, descartando a possibilidade de uma tendência de alta nos alimentos.

Braz admitiu, entretanto, que, nas próximas semanas, o IPC-S deve continuar dependendo do posicionamento dos preços dos alimentos. "A alimentação será um fator decisivo para determinar aumentos ou quedas", previu. Entre as altas, aves e ovos passaram de 1,71% para 2,01% nas semanas de 6 de dezembro para 13 de dezembro. A carne bovina passou de 3,08% para 3,26% e a carne suína de 2,66% para 2,86%. A contribuição do grupo Alimentação para a formação de preços é de 17%.

continua após a publicidade

Os setores de Transporte e Habitação, que representam 62% da formação do IPC, registraram respectivamente 1,96% e 0 47% na semana até 13 de dezembro, ante 1,89% e 0,54% na semana anterior.

Na Habitação, que tem o maior peso no IPC, os reajustes de luz e gás tiveram uma desaceleração na pressão dos preços, passando de 1% para 0,7% na semana encerrada em 13 de dezembro sobre a anterior, enquanto o telefone fixo passou de 2,52% para 1,81% no período. "A tendência é de que, conforme forem diminuindo os dias do mês de novembro na formação do preço, esta pressão também diminua", explicou o economista.

continua após a publicidade

No grupo de Transportes, ao contrário, apesar de ter se desacelerado a alta no preço geral dos combustíveis e lubrificantes, de 4 para 3,9% (principalmente por conta do álcool, que caiu de 10,02% para 8,46%) a tendência é de haver alta nas próximas semanas, segundo Braz. Ele lembra que a gasolina teve nova pressão, de 3,3% para 3,41% devido ao reajuste repassado pela Petrobras em novembro. "Mas o reajuste ainda não foi integralmente repassado", lembrou.