A taxa de inflação apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe na terceira quadrissemana de novembro, de 0,44%, representa um recuo em relação à segunda prévia do mês, que foi de 0,53%, e o retorno ao mesmo nível do fechamento de setembro. O índice que mediu o sobe-e-desde dos preços de produtos e serviços nos últimos 30 dias encerrados dia 22, foi divulgado hoje (25) e tem como seu principal fator de alta o grupo Alimentação.

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Os preços dos alimentos subiram, em média, 0,76% ante uma variação de 0,65% na quadrissemana anterior. A abertura deste aumento deságua na alta de 4,70% dos alimentos in natura, uma vez que os industrializados caíram 0,40% e os semi-elaborados desaceleraram o ritmo de alta de 0,61% para 0 06%. A queda dos industrializados, segundo vem afirmando o coordenador do IPC, Paulo Picchetti, reflete a redução em São Paulo da alíquota do ICMS, numa média de 7%, para o preço do trigo e de seus derivados.

O conjunto dos panificados encerrou a terceira quadrissemana de novembro com uma queda de 1,45% e o de massas, farinhas e féculas, com deflação de 1,19%. Quanto aos semi-lebaorados, a desaceleração só não foi maior, podendo ter chegado à deflação, por causa das carnes bovinas, que sofreram um aumento médio de 2,89%. As carnes suínas tiveram seus preços praticamente estáveis no período, com uma pequena alta de 0,17% e as aves caíram 0,43%, com o frango ficando 0,51% mais barato.

No segmento dos in natura, a história é muito parecida com a da quadrissemana anterior. A batata fechou em alta de 27 20% e o preço do tomate, em 19,22%. Estes dois produtos, segundo Picchetti, são, não raras as vezes, os responsáveis pelas frustrações das previsões dos analistas do mercado para a inflação.

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Os demais grupos de produtos e serviços que compõem o IPC-Fipe todos apresentaram desaceleração na terceira quadrissemana na comparação com a segunda. A Habitação que estava em 0,46% fechou agora em 0,26%, o grupo Transportes ficou em 0,49% ante 0,59%, as Despesas Pessoais desaceleraram a velocidade de alta de 0,67% para 0,47%, a Saúde, de 0,46% para 0 40% e a Educação, de 0,07% para 0,03%.

Destaque para o grupo Vestuário, que vinha sendo comentado pelos analistas do mercado como um segmento que deveria trilhar por mais duas quadrissemanas o caminho da alta e que, no entanto, já deu sinais de estar perdendo fôlego. Ainda que pequena, já mostrou uma desaceleração de 0,03 ponto porcentual, de 0,34% para 0,31%.

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A desaceleração da inflação na cidade de São Paulo confirma a existência de uma clara tendência de queda dos preços ao consumidor, segundo Picchetti. Ocorre porém, diz Picchetti, que esta tendência está sendo minada por pressões pontuais que o levam a manter a previsão de uma inflação de 0,50% para novembro mesmo com a desaceleração de 0,09 ponto porcentual do índice da segunda para a terceira quadrissemana do mês.

"Mantenho a projeção porque essas pressões pontuais vão compensar o aumento esperado para os preços dos cigarros e que até agora não veio", disse o coordenador do IPC-Fipe. Na conta dele, um índice de 0,50% para o fechamento do mês contava com o aumento médio de 3% nos preços dos cigarros, o que daria uma contribuição de 0,04 ponto porcentual para a composição do IPC. Agora, mesmo que o aumento dos cigarros ocorra nos próximos dias ele já não mais afetará a inflação de novembro, diz o coordenador, que também manteve a sua projeção de 5% para o fechamento do IPC em 2005.