Brasília – Os investimentos do governo federal somaram R$ 18,4 bilhões no ano passado, com aumento percentual de 60% em relação ao total de 2004, que foi de R$ 11,2 bilhões, e quase o triplo dos R$ 6,5 bilhões gastos em 2003 com investimentos.
A informação é do ministro interino do Planejamento, João Bernardo Bringel, repassada pela assessoria de imprensa. Segundo o ministro, o governo terá capacidade de pagar entre R$ 14 e R$ 15 bilhões dos investimentos em 2006, superando o montante de R$ 11,5 bilhões pagos em 2005.
O total de custeio e investimentos em 2005 chegou a R$ 82,8 bilhões, dos quais R$ 82,2 bilhões foram empenhados. Desse total, a União liquidou R$ 73,9 bilhões pagos, aí incluídos R$ 5,5 bilhões de "restos a pagar" de anos anteriores.
De acordo com análise técnica do ministério, o primeiro ano do governo Lula foi marcado pela necessidade de promover forte ajuste fiscal nas contas públicas, a fim de recuperar a credibilidade, controlar a inflação e diminuir o risco Brasil. Por isso, 2003 teve nível baixo de investimento, que começou a ser recuperado em 2004 com o Projeto Piloto de Investimentos (PPI) — conjunto de projetos estratégicos que ficam fora do cálculo de superávit primário.
Esses projetos, basicamente voltados para melhorias de infra-estrutura, consumiram R$ 3,5 bilhões em 2005, e os investimentos diretos em rodovias atingiram R$ 4,5 bilhões. O Estado também retomou os investimentos em ferrovias, suspensos desde a privatização das linhas da Rede Ferroviária Federal, e incluiu a Ferrovia Norte-Sul no PPI, com recursos de R$ 324 milhões.
De acordo com Bringel, não será possível concluir em um ano ferrovias de grande porte, como a Norte-Sul (de São Luís, no Maranhão, a Anápolis, em Goiás) ou a Transnordestina (ligação férrea no interior de Pernambuco, Ceará e Piauí). Mas, "com certeza, deixaremos trechos prontos", afirmou.
