Impulsionada pelo aquecimento do mercado global de petróleo, a Petrobras espera realizar este ano R$ 21,186 bilhões em investimentos, de acordo com dados do Ministério do Planejamento. O volume é cerca de 25% maior que o previsto no ano anterior.

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Os investimentos poderiam ser maiores, se a estatal não estivesse obrigada a colaborar na formação do superávit primário do setor público. O superávit primário é a economia de recursos para pagamento de juros. Mesmo tendo mais dinheiro para investir a Petrobras não pode aplicar tudo de que dispõe, para cumprir sua cota no resultado primário.

Em 2006, a Petrobras deverá ser responsável por cerca de 66,2% da meta de superávit primário das estatais federais, estabelecida em R$ 17,9 bilhões. Ou seja, a estatal de petróleo deverá contribuir para a economia destinada ao pagamento de juros com cerca de R$ 11,8 bilhões

Os números bilionários da empresa brasileira seguem a tendência do que está ocorrendo com todas as demais petrolíferas do mundo, explicam os analistas.

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As crises e disputas políticas na região do Oriente Médio – principal produtor de petróleo -, além do aumento da demanda pelo produto, estão há algum tempo puxando para cima as cotações internacionais de petróleo. Somente no primeiro semestre deste ano, a média do preço internacional do barril de petróleo tipo Brent, negociado em Londres, subiu 33% em relação ao mesmo período do ano passado.

"Isso explica muito do bom resultado de todas as empresas petrolíferas do mundo", resumiu a analista de energia e petróleo da consultoria Tendência, Fabiana D’Atri. Ela afirmou que o atual contexto econômico e político do mercado mundial permite projetar que ainda nos próximos meses as cotações internacionais do petróleo continuarão em alta e, com isso, também os resultados da Petrobras.

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A estratégia da empresa este ano, se for cumprido o orçamento de investimento previsto, é destinar cerca de R$ 14 bilhões do total do ano para projetos na área de oferta de petróleo e exploração de gás natural. Estão aí incluídos investimentos dentro e fora do País. Na seqüência, o maior item com previsão de receber investimentos são os da área petroquímica da estatal, com cerca de R$ 6,4 bilhões.