Os investimentos estrangeiros diretos (IED) em maio atingiram US$ 1,576 bilhão. O volume foi o dobro do obtido no mesmo mês do ano passado e atingiu o topo das estimativas de dez analistas ouvidos pela Agência Estado. De janeiro a maio deste ano, o IED acumula saldo positivo de US$ 6,324 bilhões, ante US$ 7,189 bilhões de igual período de 2005. No acumulado dos últimos 12 meses terminados em maio, o IED soma US$ 14,2 bilhões, o equivalente a 1,69% do PIB.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, o fluxo em junho, até hoje, estava positivo em US$ 300 milhões e a estimativa para o mês fechado atinge US$ 500 milhões. A redução prevista, em relação ao resultado de maio, deveu-se ao aumento da volatilidade dos mercados, que inibe novos investimentos. Ele destacou, no entanto, que já foi possível perceber alguma normalização no fluxo desses investimentos nos últimos dias.
O BC divulgou também o saldo das contas correntes – onde são registradas todas as operações comerciais e financeiras do País com o exterior. O Brasil teve em maio superávit em conta corrente de US$ 475 milhões, valor abaixo dos US$ 597 milhões verificados em igual mês de 2005. A queda, como era esperada por analistas, foi provocada pela redução do superávit na balança comercial de US$ 3,027 bilhões (ante saldo positivo de US$ 3,450 bilhões em maio de 2005). A diferença entre compras e vendas no mercado externo superou o déficit de US$ 2,954 bilhões na conta de serviços e rendas (ante déficit de US$ 3,149 bilhões de maio de 2005).
Diante da expectativa de desempenho mais modesto da balança e à remessa de lucros e dividendos ao exterior, o BC reduziu a projeção de superávit em conta corrente em 2006 de US$ 8,5 bilhões (0,94% do PIB) para US$ 8,1 bilhões (0,89% do PIB). A projeção de remessas de lucros e dividendos no ano foi elevada de US$ 13 bilhões para US$ 14,2 bilhões. O BC manteve a projeção para balança comercial em US$ 39 bilhões e elevou de US$ 34,0 bilhões para US$ 34,8 bilhões a projeção para o déficit na conta de serviços e rendas.
Também foi divulgada hoje revisão da estimativa de reservas internacionais líquidas para o ano, de US$ 61,092 bilhões para US$ 66,352 bilhões. Somente em maio, o Banco Central comprou do mercado US$ 4,4 bilhões em moeda estrangeira, elevando o acumulado do ano até maio para US$ 14,453 bilhões.