Em nota, o ex-secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo, Luis Carlos F. Afonso, disse que "os contratos citados na ação foram assinados exclusivamente com a Fundep e Fundação Getúlio Vargas, ambas de irrestrito reconhecimento público – seja pela sua capacidade técnica e acadêmica, seja pela qualidade dos serviços."
O ex-secretário pontuou que os contratos "seguiram rigorosamente os padrões de legalidade", "foram rigorosamente cumpridos e atestados", "auditados e aprovados pelo Tribunal de Contas do Município" sem ter sido apontado irregularidades. Luis Carlos Afonso nega ainda ter sido associado ao Instituto Florestan Fernandes, "não tendo com a referida instituição nenhum vínculo (…) diferentemente do que afirma a ação proposta pelo Ministério Público".
A Fundep confirmou por meio de sua assessoria que foi contratada sem licitação pela Secretaria de Finanças da Prefeitura de São Paulo para um trabalho de melhorias no atendimento ao cidadão e que sub-contratou empresas e consultores para isso. Disse desconhecer a ação do Ministério Público e a liminar concedida pela justiça paulista, mas afirmou não ter "nada que nos preocupe" na ação e que vai continuar fornecendo toda e qualquer informação solicitada.
"Negamos que tenhamos contrato alguém ligado ao PT, negamos veementemente isso", disse. "A Fundep não tem nem teve qualquer conotação política em seus trinta anos de história. É fiel a postura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que não tem qualquer participação politica."
A fundação listou as características que a enquadram na lei que dispensam órgãos públicos de abrir processo licitatório para contratá-la. "No entanto, cabe ao órgão público contratante a justificativa para a dispensa da licitação", pontuou.
Afirmou ainda ter "ligação técnica com Instituto Florestan Fernandes, parceiro importante porque tem um corpo diretivo competente e de curadores altamente respeitável", justificou. "Mas sem qualquer conotação política", repetiu. "São acordos estritamente técnicos."
Apenas dois representantes das sete empresas e da ONG SampaOrg procurados pelo jornal "O Estado de S. Paulo" responderam. Ambos demonstraram surpresa com a ação e a liminar. Caloger Sauveur Barbuscia, representante da CSB Consultoria e Assessoria Empresarial e da Interface Assessoria de Informática pediu tempo para verificar a ação. Washington Vianna, da Frontservices Informática Ltda. disse não haver problema em ter quebrado seu sigilo bancário. "Ordem judicial tem que ser cumprida. Mas acho que eu deveria ter recebido uma petição ou algum documento do MP para saber do que se trata", protestou.
