As investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios chegaram a indícios de irregularidades entre 2000 e 2005 nos principais fundos de pensão do país, disse o sub-relator de Fundos de Pensão da CPMI, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). Ele apresentará amanhã (6), às 11 horas, a prestação de contas das investigações que vêm sendo conduzidas pelas empresas de auditoria privadas contratadas nesse período.
"Em alguns, no mínimo os recursos dos fundos de pensão foram mal empregados ou mal geridos", disse o parlamentar. Ele acrescentou que "alguns nomes de conhecimento nacional vão aparecer" na sua prestação de contas. Estão sob investigação 14 fundos de pensão.
O deputado reafirmou que não se trata de um relatório parcial e que o documento não irá ser votado. A idéia é apenas apresentar os dados que serão incluídos no relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da comissão.
ACM Neto disse que o documento não vai politizar as investigações. "Os critérios são objetivos e não há o que se discutir. Procuramos ser objetivos para fugir de qualquer ilação política. Vamos mostrar quanto os fundos perderam a cada ano", acrescentou.
O deputado disse que as investigações já apontam para indício de lavagem de dinheiro. Na sua prestação de contas ele pretende indicar quem perdeu com as aplicações feitas pelos fundos de pensão. Disse, ainda, que vai apontar as corretoras que fizeram as transações financeiras. "Mas não vai aparecer, ainda, o nome dos beneficiários finais", alertou o sub-relator.
A partir da apresentação de sua primeira prestação de contas, o parlamentar pretender requerer o depoimento de várias pessoas para esclarecer as transações financeiras sob suspeita realizadas por alguns fundos de pensão. "Vou apresentar a lista de pessoas para serem ouvidas, se tiver banqueiro vai ter, não tem proteção a ninguém", afirmou o deputado, ao ser indagado se existiam banqueiros envolvidos nas operações.
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