O clima político esquentou de vez e esta semana, que precede o primeiro turno das eleições, deve ser marcada por muitas oscilações no mercado financeiro. As tensões não estão concentradas apenas aqui no Brasil. No mundo, o clima não é dos melhores do ponto de vista do investidor.

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Nos Estados Unidos, crescem as dúvidas sobre a velocidade de desaceleração da economia. Outros países emergentes passam por turbulências. São os casos da Tailândia, onde houve um golpe militar, da Hungria, onde parte da população pede a saída do primeiro-ministro, e da Polônia, onde a coalizão do primeiro-ministro está em crise. "Não é um ambiente bom para investimento em bolsas de países emergentes", disse o economista-chefe do Banco Itaú, Tomás Málaga.

No que se refere à economia americana, ele lembra que o medo de um pouso abrupto cresceu tanto nos últimos dias que levantamentos realizados com analistas mostram uma disparada no número daqueles que acreditam numa redução da taxa de juros em janeiro. "Há alguns dias, essa possibilidade era zero. Hoje, 50% acreditam que o banco central americano (Fed) pode baixar o juro de 5,25% para 5% ao ano no início de 2007.

Com isso, a agenda de divulgação de indicadores americanos ganha cada vez mais importância. Nesta semana, os destaques são dados relacionados ao mercado imobiliário do país. "Nesse setor encontram-se as principais fontes de tensão da economia dos Estados Unidos", explicou o responsável pela área de gestão da Mercatto Gestão de Recursos, Régis Abreu.

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Hoje, a Associação Nacional dos Corretores de Imóveis divulga o resultado das vendas de residências usadas em agosto. Na quinta, o Departamento de Comércio anuncia o indicador de vendas de residências novas.

Nas últimas semanas, dados do segmento têm apontado forte desaquecimento. Isso preocupa os analistas porque o setor imobiliário tem sido importante alimentador do consumo nos Estados Unidos. Se o consumo cai, arrasta para baixo a economia em geral.

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O cenário político preocupa, como explicam Málaga e Abreu, por causa da governabilidade num eventual segundo mandato de Lula. "Ele teria dificuldades para fazer reformas", exemplifica o economista do Itaú. Nesse ambiente, oscilações bruscas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) são quase certas. No mercado de câmbio, a tendência ainda é de valorização do real e, no de juros, as taxas devem manter-se em que queda, por conta dos baixos índices de inflação.