Invasores dizem que só deixam a Câmara após negociar

Um dos líderes do Movimento de Libertação dos Sem-terra (MLST), que invadiu a Câmara dos Deputados no começo da tarde, disse que o grupo de manifestantes é formado por cerca 300 pessoas da Bahia, de São Paulo e Minas Gerais que foram à Brasília reivindicar a revogação da medida provisória que impede a vistoria em terras ocupadas e a liberação de mais dinheiro para reforma agrária. Segundo Marcos Praxedes, o MLST surgiu em 1995, como dissidência do Movimento dos Sem Terra (MST), e é ligado ao Psol e PSTU.

Alguns parlamentares do Psol, entre eles Babá (PA), estão tentando negociar com o grupo, que continua no Salão Verde da Câmara. Praxedes disse que os manifestantes só sairão depois que várias comissões deles terão negociado com parlamentares.

Enquanto os invasores do MLST ocupam o Salão Verde da Câmara, no plenário da Casa os líderes partidários estão se sucedendo em manifestações de condenação à invasão e às cenas de vandalismo registradas, com a destruição de praticamente todos os objetos expostos numa exposição sobre meio ambiente.

Os líderes da minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA), do PFL, Rodrigo Maia (RJ), do governo,Chinaglia (SP), e do PT, Henrique Fontana, manifestaram solidariedade ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP,) e ao deputado Inocêncio Oliveira (PL-PE) que está presidindo a sessão , quanto a medidas de segurança que venham a tomar.

Todos foram unânimes no sentido de que o momento não é de alimentar divergências, mas de união em defesa do Legislativo. Eles sustentaram que, independentemente de quem tenha cometido a violência na casa, deve ser punido dentro da lei. Os líderes reforçaram, também, a necessidade de continuar trabalhando e votando as matérias da pauta.

Discordando dessa tônica geral, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) defendeu a imposição de limites e a prisão dos invasores. Já Raul Jungmann (PPS-PE), fez um apelo para que a direção da Camara desista da idéia de convocar tropas da Polícia do Exército (PE) para garantir a segurança da Câmara, lembrando que, no período da ditadura, o Exército invadiu a casa em apoio ao fim das liberdades democráticas.

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