O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, João Pedro Stédile, engrossou as críticas aos atos de vandalismo praticados por integrantes do dissidente Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) durante invasão à Câmara de Deputados em Brasília. "O MLST se equivocou com o ato porque os nossos inimigos são os latifúndios, os bancos e as empresas transacionais. Os deputados e a Câmara devem ser os nossos aliados", afirmou.
A declaração do líder nacional do MST foi feita na 5ª Jornada de Agroecologia, em Cascavel, no Paraná. Stédile foi a principal atração do evento, que reúne cerca de cinco mil pequenos agricultores, sem-terra e assentados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Para ele, o quebra-quebra vai prejudicar os movimentos sociais.
Stédile destacou que o ocorrido pode ter sido incentivado por pessoas infiltradas, interessadas em desviar o foco da discussão da reforma agrária no país. Ele lembrou que o MST já enfrentou situações parecidas, como a Marcha de Brasília, há dois anos, quando foram descobertos policiais no movimento. Stédile disse não acreditar que os atos de vandalismos irão mudar o tratamento dispensado atualmente pelo governo federal à reforma agrária.
Ele voltou a criticar o ritmo de criação de assentamentos no país. "A reforma agrária está parada. Mas mesmo assim, o governo Lula vai continuar tendo o nosso apoio, porque consideramos a sua candidatura à Presidência a mais viável para promover as reformas de base que os movimentos sociais reivindicam.