Um banco de dados com imagens de 20 mil crianças e adolescentes vítimas de abusos, das quais 500 já estão identificadas, é a principal arma da Interpol para combater a pedofilia, seja pela internet ou na forma de turismo sexual. Os menores de países em desenvolvimento são os mais vulneráveis, disse ontem Hamish McCulloch, diretor da divisão responsável pelo combate ao tráfico de seres humanos da organização.
No Rio para participar da 75ª Assembléia Geral da Interpol, assim como McCulloch, Anders Persson, que trabalha no setor de inteligência da mesma divisão, afirmou que as investigações de crimes envolvendo crianças pobres, entre elas as sul-americanas, são prejudicadas por não haver um representante sequer do continente entre os 50 investigadores.
‘É importante que tenhamos colegas de todas as partes do mundo para que possamos identificar que línguas ou dialetos são falados nas imagens que captamos. Infelizmente, ainda não temos alguém da América do Sul’, afirmou Persson.
Hamish McCulloch disse que as 500 vítimas já identificadas são de 29 nacionalidades. Não há um perfil dos criminosos: entre os que foram presos no Reino Unido nos últimos anos há policiais, juízes, professores, advogados e músicos.
O encontro, que termina hoje, reúne cerca de 700 pessoas de 150 países para discutir também tráfico de drogas e terrorismo. Sob forte esquema de segurança, os participantes só não puderam combater um inimigo inesperado: o vento da madrugada de ontem levou parte da cobertura da tenda onde aconteciam as reuniões e forçou a transferência do congresso para o Hotel Othon, na Praia de Copacabana.