O ministro Carlos Velloso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pressionado pelas circunstâncias que o País está vivendo e na iminência do esgotamento do prazo para a introdução de modificações na legislação eleitoral, mostra-se inclinado a produzir as mudanças por conta da autonomia da instituição que preside.
A preocupação do ministro é baixar algumas medidas a vigorar no processo eleitoral do próximo ano, diante da expectativa negativa quanto à aprovação, ainda em setembro, da reforma emergencial que não avança no Congresso.
Quer o presidente do TSE introduzir na legislação eleitoral dispositivos específicos para dificultar o funcionamento do caixa 2, desvio da ética e da transparência das campanhas que, à luz da torrente de evidências, desnudou-se aos olhos de todos com a desmoralização da aliança partidária montada para exercer o governo e nele manter-se em futuras jornadas.
Trata-se de mero remendo para impedir que os efeitos do temporal continuem a solapar a integridade democrática, mas mesmo assim merece o aplauso da sociedade. Com a enérgica ressalva que a emergência abra caminho para uma reforma eleitoral ampla e definitiva, planejada para escoimar da vida pública – para sempre – os que a transformaram nesse imenso lodaçal.