O Conselho Nacional de Justiça, órgão responsável pelo controle externo do Judiciário, foi instalado hoje no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o presidente do STF, ministro Nelson Jobim, o conselho é resultado de uma luta de quase 20 anos e representa a superação das divergências entre advogados e juízes. "As divergências eram grandes, pois o discurso político sobre a criação do conselho estava no desejo de alguns advogados de controlar os juízes e o desejo dos juízes de não serem controlados pelos advogados."

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As discussões para criação do CNJ começaram em 1987, na Assembléia Nacional Constituinte. Segundo Jobim, não havia maturidade política suficiente para que se pudesse determinar a criação do conselho naquela época. Em 2004, a emenda constitucional que promoveu a reforma do judiciário estabeleceu a criação do CNJ. Entre outras atribuições, o conselho é responsável pela elaboração de políticas estratégicas para o Judiciário e, em caráter suplementar, cuidará de questões disciplinares. "Aqui, vamos construir políticas que possam dar eficiência e mais agilidade ao trabalho do Judiciário", afirmou Jobim.

De acordo com o ministro da Justiça, Márcio Tomaz Bastos, a instalação do conselho foi um trabalho lento, em que a sociedade foi se convencendo, por meio de seus representantes na Câmara e no Senado, de que este era um órgão importante, e não um instrumento contra o Poder Judiciário.

"Trata-se de causa pela qual nos empenhamos durante anos, na busca obstinada de contribuir para o aperfeiçoamento de nossas instituições jurídicas, imperativo estatutário com o qual estamos visceralmente comprometidos", disse Bastos. Por meio desse conselho, acrescentou o ministro, velhas rotinas poderão ser abandonadas e estabelecerem-se padrões de comportamento suscitando novas questões e novos desafios. "O CNJ é uma ferramenta que vai contribuir muito para exercício do Judiciário", afirmou.

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Para Alexandre de Moraes, conselheiro indicado pela Câmara, o conselho vai dar mais agilidade às ações da Justiça. "É mais importante uma pena rápida do que uma pena longa e que demore a sair. O CNJ vai contribuir nessa morosidade da Justiça, estabelecendo políticas e estratégias que dêem maior celeridade para a Justiça", disse.