Em reunião que terminou há pouco, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, e os líderes partidários decidiram instalar na semana que vem a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a privatização do setor elétrico. Segundo os líderes, durante a reunião foi manifestada a preocupação com a instabilidade que a CPI pode provocar no setor, mas a decisão de instalação foi unânime. Eles disseram que ainda vão acertar, até a próxima semana, a indicação para presidente e relator da comissão e ressaltaram que a CPI será tratada com responsabilidade."O setor elétrico passa por dificuldade e essa CPI não pode ser tratada de forma irresponsável", afirmou o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia, um dos defensores da instalação da CPI.
Segundo ele, se a CPI não for instalada pode parecer que os deputados não querem investigar a privatização. Na semana passada, a oposição afirmou que líderes aliados estavam usando a instalação da CPI do setor elétrico como chantagem para impedir a criação da CPI dos Correios. Mas os líderes da base afirmaram na reunião de hoje que não estavam chantageando. "A CPI do setor elétrico não é constituída para fazer pressão sobre ninguém, mas para investigar com responsabilidade", ressaltou o líder do PSB, Renato Casagrande (ES).
Durante a reunião ficou acertado também que a Câmara votará três medidas provisórias nesta terça-feira e amanhã, mais duas.Ficou decidido ainda que o presidente da Câmara, vai enviar um ofício ao presidente do Senado, Renan Calheiros, comunicando a situação incômoda na Câmara, depois da rejeição, no Senado, da indicação de Alexandre Moraes para o Conselho Nacional de Justiça.