Com a eleição para a Câmara do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá receber em breve o inquérito que apura as circunstâncias em que ocorreu a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

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Por conta do mandato, Palocci tem foro privilegiado. O "benefício" permite que políticos, no exercício de suas funções, sejam julgados e investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, quando terminam seus mandatos, os processos voltam para a Justiça comum. O objetivo é que os parlamentares não fiquem sujeitos a políticas locais. Porém, na prática, acaba servindo de refúgio para políticos e administradores públicos que buscam a impunidade.

O caso do caseiro Francenildo provocou a demissão de Palocci que na época era ministro da Fazenda e homem forte do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, as informações bancárias do caseiro foram divulgadas irregularmente após Francenildo ter concedido uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e prestado depoimento na CPI dos Bingos.

Na entrevista e, posteriormente, no depoimento, o caseiro afirmou ter visto Palocci em uma mansão de Brasília supostamente freqüentada por lobistas de Ribeirão Preto.

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Na investigação feita pela Polícia Federal sobre o vazamento dos dados bancários do caseiro, o então presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Mattoso, disse que entregou o extrato de Francenildo para Palocci. Palocci foi indiciado por quebra de sigilo bancário e funcional, prevaricação e denunciação caluniosa.