Apesar de 19 funcionários e o diretor da unidade de Vila Maria da Fundação Casa já estarem afastados desde quarta-feira à noite o delegado do 19º DP, Plínio Sales, afirma que "ainda não há nada de positivo com relação a algum delito (por parte dos vigias)". Um inquérito foi instalado ontem para apurar se houve facilitação da fuga de Champinha e R.A.N. Apenas uma pessoa foi ouvida ontem: o funcionário que cuidava dos dois fugitivos e mais um detento.
No depoimento, o funcionário responsável por vigiar Champinha e outros dois internos isolados nas dependências administrativas da Unidade 1 do Complexo Vila Maria, no momento da fuga, negou que tenha descuidado da segurança. ?A falha foi de quem deixou as escadas lá?, disse.
Ele conta que, por volta das 18 horas de quarta-feira, foi chamado pelo interno D.L.S., de 16 anos, para ler uma carta manuscrita. Ao deixar o posto, acabou abrindo espaço para a fuga. ?Fiquei fora menos de cinco minutos. De repente, o moleque que estava comigo começou a gritar ?senhor, senhor, eles estão fugindo?, Corri para ver o que tinha acontecido e quase caí de costas quando vi aquela escada apoiada no abrigo do gás.
Para o diretor do sindicato dos funcionários da Fundação Casa (antiga Febem), Júlio Alves, o afastamento dos agentes foi uma decisão precipitada do secretário da Justiça, Luiz Antonio Marrey, que tenta agora ?atribuir culpa aos trabalhadores pelas fugas?. A presidente da Associação de Mães de Crianças e Adolescentes em Risco, Conceição Paganele, não acredita que houve facilitação da fuga. ?Eles são muito hábeis e espertos. Subestimar isso é um erro?, falou.