Os funcionários do Banco Central iniciaram, nesta quinta-feira, uma paralisação de 24 horas nas dez unidades da instituição em todo o país. No Rio de Janeiro, está suspensa a distribuição de dinheiro para a rede bancária.
A informação é do presidente regional do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Sérgio Belcito. "Hoje não receberam dinheiro e as remessas também inter-regionais estão suspensas desde ontem, e só voltarão na segunda-feira. Nesta sexta-feira começam a sair as remessas e a normalização é na segunda", afirmou.
O dirigente sindical afirmou que, também por conta da paralisação, o atendimento ao público está sendo feito apenas em casos excepcionais, como o recebimento de denúncias e reclamações contra instituições financeiras, consórcios e cooperativas. O Banco Central na cidade do Rio de Janeiro atende consumidores do interior do estado e do Espírito Santo.
Belcito disse ainda que está suspensa a entrega de documentação de novos processos e toda a formalização normal que é rotina no Banco Central. Já a mesa de operações de colocação de títulos do governo para operações de mercado está funcionando precariamente. "É a única exceção. Essa está funcionando em regime de contingência para situações emergenciais", explicou.
Os funcionários reivindicam reajuste de 57,64%, referente à inflação entre 1998 e 2002. Sérgio Belcito informou que o percentual foi calculado de acordo com índices do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Os funcionários pedem ainda a reposição de 15% correspondente ao período entre 2003 e 2004.
Neste caso, conforme explicou o dirigente sindical, o percentual foi calculado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Banco Central tem unidades em Fortaleza, Salvador, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Belém, Curitiba e Belo Horizonte.