O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, afastou nesta sexta-feira (16) a possibilidade de problemas nos aeroportos brasileiros durante o feriado de Carnaval, em decorrência da ameaça de interdição do aeroporto de Congonhas (SP) para aviões tipos Fokker 100 e Boing 737-800 e 737-700.
A restauração da proibição foi dada pela desembargadora Cecília Marcondes, do Tribunal Regional Federal da 3ª. Região, mas com a ressalva de que só entrará em vigor se, até o próximo dia 26 de fevereiro, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Infraero não informarem ao TRF paulista os pesos dos aviões utilizados pelas companhias aéreas em Congonhas.
"Graças a Deus não será durante o Carnaval. A minha preocupação agora é o day after (dia seguinte) ao feriado", afirmou Pereira. Segundo ele, neste dia, que cairá na segunda-feira da próxima semana, ainda se espera um movimento elevado nos aeroportos de pessoas retornando às suas cidades de origem após o feriado prolongado. Por isso, garantiu Pereira, ontem mesmo técnicos da Infraero, da Aeronáutica e da Anac começaram a discutir alternativas que poderão ser aplicadas se a interdição aos aviões se concretizar.
Já a Anac, por meio de sua assessoria, informou que só se manifestará sobre a medida do TRF paulista após receber a notificação. O presidente da agência reguladora, Milton Zuanazzi completou que é preciso ver o "teor exato" do que está escrito na decisão, mas se antecipou: "Certamente que a Anac vai recorrer".
A ameaça de interdição de Congonhas para alguns tipos de aviões, ou interdição total como quer o Ministério Público Federal, preocupa as autoridades e as companhias aéreas porque esse é o aeroporto mais utilizado pelas empresas na montagem de suas malhas aéreas. No início da semana passada, o juiz Ronald de Carvalho, da 22ª vara cível federal de São Paulo, concedeu liminar a pedido do MPF determinando o impedimento dos três tipos de aviões de operarem em Congonhas por razão de segurança. O governo federal recorreu ao TRF e conseguiu a derrubada da liminar que, agora, ameaça voltar a vigorar.
A partir do dia 26 de fevereiro está previsto o início das obras de recuperação da pista secundária de pousos e decolagens em Congonhas. A interdição dessa pista durante as obras, estimada pela Anac e pela Infraero em pelo menos 90 dias, já provocará uma reordenação de horários de vôos. Isso, porque, a manutenção de apenas uma pista para operações neste aeroporto reduz em quase metade a capacidade de atendimento de Congonhas. Uma alternativa que está sendo detalhada pelas companhias aéreas e pela Anac é transferir para o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos os pousos e decolagens dos vôos fretados e da aviação executiva (jatos particulares).