Infraero em casa

Com pouco mais de 1% nas intenções de voto já declaradas pelo eleitorado brasileiro em relação à sucessão presidencial de 2010, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é o nome que conta com a maior dose de simpatia do presidente Luiz Inácio da Silva, dentre os demais que despontam no Partido dos Trabalhadores, tais como os também integrantes do ministério, Patrus Ananias (Ação Social) e Marta Suplicy (Turismo).

Personalidade marcante do governo, substituta do ferrabrás José Dirceu, a quem Lula teria repassado mesmo de maneira informal as funções de primeiro-ministro, chanceladas com a metáfora futebolística de ?capitão do time?, Dilma teve discernimento político e suficiente capacidade de persuasão para impor novo comando sobre a máquina administrativa, obtendo êxito na maioria das vezes em que a discussão conceitual dos assuntos de Estado ficou mais acirrada.

É o caso da Infraero, estatal federal encarregada da infra-estrutura aeroportuária nacional, constantemente lembrada pelo desmazelo administrativo de suas últimas gestões, incluindo a do primeiro mandato de Lula.

A empresa viu-se exporta aos refletores da mídia em face da catadupa de indícios da prática de corrupção por alguns de seus dirigentes.

Diante disso, o governo viu-se compelido a aceitar as pressões do mercado no sentido de encaminhar o processo de privatização da estatal, posto que a imediata reação da titular da Casa Civil tenha sido a abertura do capital da empresa, ficando o controle da mesma com a União.

A tese inicialmente acatada, no entanto, diminui de intensidade diante da sugestão de transferência pura e simples para a iniciativa privada, construída sob a orientação do economista Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao que se informou à época, atendendo uma encomenda pessoal do presidente da República.

Segundo as últimas notícias, a idéia da ministra-chefe da Casa Civil voltou a ganhar força junto ao presidente Lula, destinando-se a privatização ? até prova em contrário ? ao caudaloso arquivo de intenções natimortas do Planalto.

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