A Infraero, estatal que administra os aeroportos do País, pretende convocar o presidente da Varig, Marcelo Bottini, na próxima semana para uma nova reunião. A empresa quer fazer uma última tentativa de solucionar a inadimplência da Varig com as tarifas aeroportuárias. Até hoje (07), a dívida da Varig com a estatal acumulada desde setembro de 2005 era de R$ 126 milhões.

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Até a noite de hoje, a estatal não havia recebido formalmente a proposta da Varig de suspender temporariamente a cobrança das tarifas, que Bottini apresentou ao ministro da Defesa, Waldir Pires.

Segundo uma fonte da Infraero, se a empresa aérea não demonstrar alguma "boa vontade" em acertar os débitos, a estatal poderá começar a cobrar à vista as tarifas antes do início de cada vôo, a partir da semana que vem. "Vamos continuar no esforço de cobrança", afirmou essa fonte.

A Varig estava desobrigada do recolhimento das taxas cobradas pela utilização dos espaços nos aeroportos para pousos, decolagens e manutenção dos aviões por causa de uma liminar judicial concedida à companhia no início de setembro do ano passado. A liminar foi revogada em 14 de março último e, desde então, a dívida de R$ 116 milhões se ampliou em mais R$ 10 milhões. A Infraero esperava que na segunda-feira passada a Varig recomeçasse a pagar diariamente os R$ 900 mil devidos em tarifas, mas isso não aconteceu.

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O presidente da Infraero, José Carlos Pereira, disse á Agência Estado ontem (6) que a estatal não vai deixar de cobrar essas dívidas porque está sob pressão do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União. O TCU pode processar os administradores públicos se entender que eles estão dando privilégios a uma empresa privada em detrimento do interesse da empresa pública. Nos últimos três anos, a Varig já acumula um saldo negativo com a Infraero em torno de R$ 450 milhões em tarifas aeroportuárias, com boa parte já sendo alvo de processos judiciais.

Se for colocada em prática a cobrança à vista das tarifas pela administradora dos aeroportos, isso ocorrerá no início de cada vôo, independente de quantas ou onde são as escalas da rota aérea. Trata-se de uma medida bastante dura e que pode agravar a situação financeira da Varig porque obriga a companhia a sempre ter em caixa recursos para honrar o compromisso, sob pena de não poder decolar.

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