Infraero ameaça impedir decolagem de aviões da Varig

O presidente da Varig, Marcelo Bottini se reúne quinta-feira com o novo presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, para tentar negociar uma dívida de R$ 116 milhões. A dívida refere-se a taxas pelo uso dos aeroportos que a Varig deixou de pagar em setembro, quando obteve liminar judicial suspendendo o pagamento. A conta diária da companhia com a estatal é de R$ 900 mil. A liminar foi cassada no dia 21 e esta semana a Infraero enviou carta à Varig exigindo o pagamento imediato, sob pena de ver seus aviões impedidos de decolar.

A TAM também parou de pagar a Infraero em setembro, com base na mesma liminar, mas os recursos, R$ 74 milhões, foram contingenciados e, a dívida, quitada no dia 23.

Na resposta à carta da Infraero, e também em uma conversa telefônica com o presidente da estatal, Bottini argumentou que está cumprindo os prazos da lei e que o dinheiro ainda não foi pago porque o acórdão da decisão judicial não foi publicado no Diário Oficial. A companhia também pretende recorrer da decisão que cassou a liminar.

Depois da conversa com Bottini, a estatal recuou e afirmou que não iria executar a cobrança antes da publicação do acórdão, o que só deve acontecer depois do dia 5 de abril.

A cassação da liminar que suspendia o pagamento da Infraero foi mais um duro golpe no fluxo de caixa da companhia, que já estava deficitário. Os salários continuam atrasados e a empresa tem tido dificuldades para pagar em dia uma dívida com o fundo de pensão Aerus, de R$ 9 milhões mensais, conforme previsto no plano de recuperação judicial.

Assembléia

Os credores da Varig se reúnem amanhã (29) para escolher o nome do gestor do Fundo de Investimento e Participação, que passará a deter o controle da companhia. O nome mais cotado é do banco de investimentos Mellon. Uma segunda opção seria o Brascan, mas, segundo pessoas próximas às negociações, o Mellon "tem 95% de chances" de ser o escolhido. Isso porque o valor do contrato do Brascan, contam as fontes, "é muito mais alto".

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