‘Infra-estrutura social’ será prioridade, diz Dilma

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem (10) que o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), mencionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no discurso de posse, será composto, em uma primeira etapa, de três frentes de investimento: logística, energia e o que chamou de ‘infra-estrutura social e urbana’, que reuniria as áreas de saneamento e incremento do acesso à água potável, à habitação e ao transporte urbano, com ênfase no metrô.

‘Adicionalmente, o governo pretende empreender ações que contribuam para a desoneração tributária e fiscal e para viabilizar financiamentos de médio e longo prazos, hoje desfavoráveis ao ambiente de negócios’, disse a ministra.

Sem estipular prazos, Dilma afirmou que, numa segunda etapa, o plano compreenderia a implantação de ‘uma nova política educacional’ em todos os níveis, do ensino fundamental ao superior.

‘Detalhes, com o Fernando Haddad’, disse ela, referindo-se ao ministro da Educação. Procurado pelo Estado, o ministro avisou, por meio de sua assessoria, que não faria comentários.

Perguntada se a afirmação significa a permanência de Haddad no ministério, Dilma brincou: ‘Isso eu garanto até 1º de fevereiro’ dia em que ocorrem as eleições no Congresso e data considerada ponto de partida para a reforma ministerial.

Dilma acrescentou que o governo pretende, em paralelo, adotar um rígido controle de gastos, especialmente nas áreas da Previdência e da Saúde. ‘Temos como conter os gastos correntes’, disse, ressalvando que isso seria possível ‘sem mexer no funcionalismo’.

Três consensos

Segundo a ministra, o governo tem a intenção de promover o que denominou de ‘melhoria de gestão’, através de um governo formado com uma ‘nova visão’ política. ‘Temos que sustentar a governabilidade por meio de uma coalizão política que não signifique cooptação’, observou.

‘Cargos em estatais como Petrobrás e Eletrobrás têm que seguir critérios mais técnicos para serem preenchidos. Não significa voltar a um conceito ultrapassado de tecnocracia nem abandonar a necessidade de se contar com pessoas que tenham uma visão adequada do país’, exemplificou.

Dilma fez essas declarações ontem, em Brasília, durante almoço com representantes da Associação Nacional de Jornais (ANJ), em que defendeu a liberdade de expressão. Para ela, a imprensa foi fundamental na consolidação da democracia brasileira e na formação do que chamou de ‘três consensos atuais da sociedade’: estabilidade da moeda, responsabilidade fiscal e aprimoramento das relações exteriores.

A ministra também apelou para que os jornais ajudem a formar outros três consensos: maior crescimento econômico, melhoria da educação e da distribuição de renda.

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