O Acre, ao contrário do que disse o presidente da Bolívia, Evo Morales, hoje em Viena, não foi comprado pelo Brasil "em troca de um cavalo". A não ser que o cavalo no início do século passado custasse dois milhões de libras. A anexação, segundo informações que estão disponibilizados no site oficial do governo do Acre, resultou de um longo processo de povoamento da região, além de uma negociação que envolveu essa quantia em dinheiro e a cessão de outros territórios.
Desde as primeiras décadas do século XIX, a maioria da população da região já era formada por brasileiros, envolvidos na exploração de seringais. Em 1899, os bolivianos começaram a recolher impostos e fundaram Puerto Alonso (hoje Porto Acre) na tentativa de assegurar o domínio da área. Isso despertou a revolta entre os brasileiros, que já haviam criado na prática um território independente da Bolívia e vinham exigindo sua anexação ao Brasil.
O conflito terminou com a assinatura do Tratado de Petrópolis, em 17/11/1903. Pelo tratado, o Brasil recebeu a posse definitiva da região em troca de áreas no Mato Grosso, do pagamento de 2 milhões de libras esterlinas e do compromisso de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré. Anexado ao Brasil como território, o Acre passou à categoria de Estado em 1962.