Rio de Janeiro – O aumento dos salários de empregados domésticos foi o que mais contribuiu para a inflação de 0,21% no mês de setembro, divulgada esta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número, que corresponde ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou acima 0,16 ponto percentual acima dos 0,05% apurados em agosto.
De acordo com a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, os gastos com empregados domésticos já vinham pressionando a inflação desde junho, depois que houve aumento no salário mínimo, e embora este mês a variação tenha sido menor (passou de 2,26% em agosto para 1,97% em setembro), o item foi a principal contribuição para o resultado IPCA.
Também influenciaram o índice, que é referência para as metas oficiais de inflação no país, a alta nos cigarros (sem reajuste em agosto para 2,72% em setembro), nas taxas de água e esgoto (de 0,51% para 1,89%) e nos artigos de vestuário (de 0,09% para 0,46%).
A variação nos preços dos alimentos foi pequena em relação ao mês anterior, passando de 0,07% para 0,08%. Segundo o IBGE, a maioria dos produtos alimentícios ficou mais barata, mas houve aumento nos preços de alguns itens como o tomate (17,33), frango (5,27%) e carnes (2,32%).
Despesas com combustíveis ficaram estáveis ou tiveram redução. A gasolina teve variação de 0,05%, enquanto o preço do álcool caiu 3,56%.
De acordo com a técnica do IBGE, a estabilidade nos preços dos alimentos está contribuindo para conter a inflação. ?Há três meses os alimentos se mantêm em torno de 0% e antes vinham em queda desde o mês de fevereiro, o que significa que estão dando uma contribuição para conter a inflação e manter a taxa acumulada até o mês de setembro, que está bem abaixo da registrada no ano passado?.
Com o índice divulgado hoje, o IPCA acumulado no ano está em 2%, enquanto em 2005, neste período do ano a inflação atingia 3,95%.
A inflação para os últimos 12 meses fechada em setembro foi de 3,70%, também menor do que a registrada no mesmo período do ano passado, que foi de 3,84%.
Para Eulina Santos, ?os resultados (da inflação) mostram uma tendência decrescente a cada mês. Isso indica que para frente – não se esperando surpresas, já que a inflação está bem comportada – os números vão ser cada vez menores, tendendo para a casa dos 3%?.
O IBGE também divulgou nesta sexta-feira (6) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que verifica a inflação para as famílias com rendimentos mensais até seis salários mínimos. A taxa para setembro foi de 0,16%.
A inflação foi menor para as famílias de baixa renda, pois itens que tiveram aumento nos preços, como o salário de empregados domésticos, não influenciam tanto seu orçamento. O item alimentação, que representa cerca de 26% dos gastos destas famílias, permaneceu estável.
O INPC acumulado no ano até setembro está em 1,32%, enquanto no mesmo período do ano passado o acumulado era de 3,47%.
Conforme Eulina Santos, ?este ano as famílias de renda mais baixa estão se beneficiando mais dos preços. A inflação está bem menor, em função principalmente dos alimentos que ficaram mais baratos no ano e alguns itens que cresceram não fazem parte com importância da cesta de bens dessas famílias?.
Segundo a técnica, o câmbio, com a redução no preço do dólar, é o principal fator que tem contribuído para a redução ou estabilidade no preço dos alimentos.